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Lu Lacerda

Por Lu Lacerda Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Jornalista apaixonada pelo Rio

Zeca Werneck: o empresário que virou mentor de autoconhecimento

Dizem que baiano não nasce, estreia, mas, na verdade, nenhum de nós nasce

Por lu.lacerda
Atualizado em 23 ago 2025, 10h41 - Publicado em 23 ago 2025, 07h00
zeca
 (./Divulgação)
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Dizem que baiano não nasce, estreia, mas, na verdade, nenhum de nós nasce — todos estreiam. O planeta Terra é o maior palco que existe. Todos nós somos atores nessa peça: quando chegamos aqui, a cortina se abre. Recebemos um nome, um papel, uma história. E começamos a interpretar.

A atuação é tão natural que esquecemos quem está por trás da máscara. Desde cedo, aprendemos o jogo: um olhar de aprovação vale como aplauso; uma cara feia pesa como vaias. E, sem perceber, começamos a ajustar falas, esconder gestos, exagerar comportamentos.

Assim, o personagem nasce, cresce, ganha força. Passa a falar por nós, a reagir por nós, a decidir antes mesmo que possamos pensar. A hipnose é tão profunda que o ator esquece que está atuando.

Nesse esquecimento, a vida se reduz a um ciclo de repetições. Relacionamentos mudam, mas as cenas são as mesmas. Empregos mudam, mas os conflitos se repetem. É sempre o mesmo roteiro, só com cenários e figurinos diferentes.

Eu vivi isso na pele. Enquanto acreditava ser apenas o personagem, parecia que a vida andava para frente, mas, por dentro, eu rodava em círculos. Vieram as noites em claro — a insônia que parecia não ter cura. Veio o álcool: primeiro, como refúgio; depois, como prisão. Vieram a ansiedade, a angústia, o pânico.

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E eu acreditava que era inevitável, mas não era. Descobri que a raiz de tudo estava na identificação com o personagem. Foi acreditar que eu era o personagem… que abriu as portas para os transtornos mentais. E foi ao enxergar que eu não era ele, que encontrei a cura.

Foi libertador, porque o contraste é radical. Quando vivemos como personagem, cada desafio parece ameaça, cada falha parece derrota, cada crítica parece um golpe. No entanto, quando o ator desperta… A mesma realidade se transforma. O desafio vira convite; a falha, aprendizado; a crítica, espelho. E nada se perde, porque tudo é vivido com consciência.

Eu também descobri que plenitude não é objetivo — ela não está em metas cumpridas, nem em vitórias acumuladas. Plenitude é consequência. Ela nasce quando estamos presentes, mesmo quando nada sai como planejado.

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Hoje, meu personagem continua existindo: ele insiste em voltar, insiste em se passar por mim. Agora, porém, eu o reconheço; ele pode até entrar em cena, mas já não tem mais o comando. E só isso… já muda completamente a vida.

Porque não se trata de abandonar papéis — eu continuo com funções, responsabilidades, compromissos, mas agora atuo sabendo que é atuação. E essa consciência transforma tudo. O espetáculo continua, contudo eu não esqueço mais quem está por trás da atuação.

O personagem busca vencer, o ator busca ser. Essa diferença muda tudo. Foi dessa travessia que nasceu “O Jogo da Vida” — fruto direto da saída da prisão do personagem para a liberdade do ator.

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E foi, nesse despertar, que compreendi o propósito mais profundo da vida: viver com liberdade. Porque a plenitude não está no papel que representamos, mas, sim, na consciência de sermos quem interpreta.

Zeca Werneck é carioca apaixonado, foi durante muitos anos empresário, sócio de casas noturnas como Baronneti, Redondo Lounge, Bar da Praia e dos restaurantes Pato com Laranja e Bentô. Essa vida ficou no passado. Hoje é escritor e mentor de autoconhecimento. Além da autobiografia Eu Não Vim do Macaco, é autor de Revolução Espiritual e O Jogo da Vida. Zeca conecta espiritualidade e tecnologia tentando traduzir a profundidade das sabedorias ancestrais.

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