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Lu Lacerda

Por Lu Lacerda Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Jornalista apaixonada pelo Rio

Depois dos bebês, psicanalista comenta a moda dos “adultos reborn”

São rostos inanimados, com riqueza de detalhes impressionantes, e alguns até com inteligência artificial para trocar algumas palavras com o dono

Por lu.lacerda
23 Maio 2025, 20h00 • Atualizado em 23 Maio 2025, 20h18
Os bonecos realistas da empresa RealDoll
Os bonecos realistas da empresa RealDoll (./Reprodução)
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  • Um dos modelos da RealDoll
    Um dos modelos da RealDoll (./Reprodução)

    Diante da febre dos bebês reborns, agora os “adultos reborn” cresceram: bonecos, femininos ou masculinos, hiper-realistas de silicone em tamanho real, uma evolução das(os) bonecas(os) infláveis, para fins sexuais.

    São rostos inanimados, embora perfeitos, com riqueza de detalhes impressionantes, alguns até com inteligência artificial para trocar algumas palavras com o dono. As femininas usam roupas sensuais, têm curvas etc. – cor de pele, olhos e até pelos pubianos removíveis. A moda das “namoradas reborn” não é nova, mas muitos fazem pra ganhar cliques mesmo e monetizar suas redes. Em 2020, por exemplo, o fisiculturista Yuri Tolochko se casou com uma boneca sexual apelidada de Margo, com festa para dezenas de convidados; um ano depois, com outra, Luna. E, claro, ficou “famoso” pelos feitos.

    Johnny, um dos exemplares masculinos do RealDoll
    Johnny, um dos exemplares masculinos do RealDoll (./Reprodução)

    Perguntado, o psicanalista Arnaldo Chuster diz que “a psicanálise é fundamentalmente uma experiência, com tudo o que esse termo comporta de incerto, pois o que caracteriza a vida e a vida mental é a incerteza, fato que muitas e incontáveis vezes é intolerável. Isso leva muitos a preferir o inanimado. Esse é certo que vai atender ao desejo, sem oposição, sem opiniões, sem sentimentos que mudam. No extremo, quem não quer se frustrar busca uma ética perversa, um certo modo de pensar e agir que atende à necessidade de burlar qualquer lei e qualquer limite. As fantasias masturbatórias com um objeto que não contesta e não tem limites é o que conta; enfim, é uma onipotência moralista às avessas, que torna tudo desumano, fazendo prevalecer a mentira e discursos relacionados”.

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    RealDoll sendo produzida com tecnologia (./Reprodução)

    Brincar com bonecas adultas pode custar caro, muito mais que um bebê reborn, até pela quantidade de material usada, podendo a chegar a mais de R$ 50 mil, como as da marca americana RealDoll, da californiana Abyss Creations, na ativa desde 1996. Entre seus clientes, além dos sexuais, estão futuristas, artistas, colecionadores de arte, casais em busca de novidade e até profissionais da saúde, e também já apareceram em filmes e séries.

    “O que leva a conversar ou ‘usar’ um objeto é a falta de sonhos, que, para Freud, são nossos desejos, nascidos de nossa existência: ou arcaica, infantil, ou adulta. Os desejos são o primeiro estágio que une os seres humanos, desde os seus primórdios. Portanto, quem procura o não humano para atender aos seus desejos está se desumanizando, perdendo o principal, que é a necessidade de receber de outros humanos as virtualidades para realizar e desenvolver sua própria humanidade”.

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    Entre os exemplares masculinos, está Nate 3.0, também da RealDoll, que, pelo menos, tem valor menor que os modelos femininos, por R$ 45 mil, com pênis removível, opções de pelos faciais, penteado e cores de olhos feitos  sob encomenda, à mão, com acabamento realista.

    No catálogo, Tanya, Samantha, Jessica, Violet, Stacy, Renee e Quinn
    No catálogo, Tanya, Samantha, Jessica, Violet, Stacy, Renee e Quinn (./Divulgação)
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