Dois símbolos do cinema cubano estão no Rio
Cuba é referência mundial no audiovisual, e a Escola Internacional de Cinema e TV de San Antonio de los Baños foi pioneira no continente
A atriz de cinema, teatro e TV Mirtha Ibarra, 79, e a roteirista de documentários do ICAIC (Instituto Cubano del Arte e Indústria Cinematográficos) e vice-diretora da Cinemateca de Cuba, Lola Calviño, 78, são convidadas da mostra “Filmes Cubanos Restaurados”, retrospectiva com 15 filmes que passaram por uma restauração e serão mostrados desta terça (22/07) até 03 de agosto, na Caixa Cultural, com outra qualidade. O convite foi da escritora, roteirista e professora Silvia Oroz e do cineasta Gregory Baltz, ambos curadores do evento, que sabem a importância do cinema cubano para a América Latina.
As duas são símbolos do cinema cubano. Em 1983, Mirtha apareceu nua no filme “Até Certo Ponto” (que não está na mostra), numa Cuba moralista, em que a história dirigida por Tomás Gutiérrez Alea trazia conflitos de classe, machismo, feminismo e busca por igualdade de gênero em um contexto socialista.
Mirtha e Lola viram de perto o embargo dos EUA contra a ilha, a Revolução Cubana em 1959, ainda crianças, e, claro, as posteriores mudanças, como a Crise dos Mísseis, em 1962, até a queda do muro de Berlim, em 1989, e o fim da União Soviética, em 1990.
Além dos filmes, o público poderá participar de uma conversa com Mirtha sobre o clássico “Morango e Chocolate” (“Fresa y Chocolate”), e com Lola, sobre o trabalho da Cinemateca Cubana na restauração de filmes. Como destaque, o sociólogo Afrânio Mendes Catani vai dar uma masterclass sobre os trabalhos do cineasta cubano Tomás Gutiérrez Alea.
Cuba é referência mundial no audiovisual, e a Escola Internacional de Cinema e TV de San Antonio de los Baños foi pioneira no continente ao propor uma formação internacional, com nomes destacados fazendo parte da instituição, com professores, tais como: Francis Ford Coppola, Robert Redford, Costa-Gavras, George Lucas, Ruy Guerra e Steven Spielberg.