E quem é doido de perder os intelectuais paulistas? Quem? 

O mezanino da Travessa do Shopping Leblon estava concorrido pra ouvir os jornalistas e escritores Edward Pimenta e João Paulo Cuenca, que vieram de SP especialmente pela autora carioca Natalie Slalazar, que lançou “Entre silencio, palavra e delírio”, nessa quinta (10/07).

Entre páginas em branco propositais, fotos e a história de sua família, a partir de 10 anos de pesquisas na Casa do Povo — instituição com forte presença de imigrantes e da comunidade judaica de São Paulo —, em volumes mofados, incluindo os 14 romances escritos por seu avô, Michael Bruckner, adquiridos pela neta e mantidos em envelopes, como relíquias intactas.

A memória dos parentes, marcados pelo preconceito contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial, é o assunto principal e ela fez sua pesquisa em livros antigos escritos em iídiche, falado por seus avós, nascidos em Dabrowa, na Polônia. Embora não dominasse a língua, o contato com os textos permitiu que ela se relacionasse, digamos, de forma poética e subjetiva. São 384 páginas com uma sequência de imagens e anotações sem seguir uma ordem cronológica.

O livro tem tiragem de 500 cópias numeradas, e foi organizado por Galciani Neves, com posfácio de Patricia Wagner.

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