O carioca Pedro Jasmin, empresário, pesquisador e professor da PUC-Rio, acaba de assinar a curadoria do “Ecos da Brasilidade”, no Hotel Regina Louvre, em Paris, com vista para os Jardins das Tulherias — um cenário que tem a ver com o que ele deseja: mostrar o Brasil além do óbvio.
Pedro foi chamado por Pamela Ferreira, criadora do evento, para fazer a curadoria dos painéis. Todos os temas foram propostos por ele, assim como os convidados, que traduzem o país, entre eles, Luiza Brunet, que vai falar sobre o papel da mulher na cultura, a chef Ana Luiza Trajano, Cris Vianna e Maria Fernanda Cândido, que atuam como embaixadoras, além de profissionais de moda, cinema, gastronomia e beleza. “A ideia sempre foi fugir dos clichês de samba e futebol e apresentar um Brasil real, diverso, que faça sentido para nós e também para quem nos olha de fora”, diz Pedro.
“O Rio e o Brasil têm um futuro ligado à economia criativa, ao turismo, ao entretenimento e à gastronomia — áreas onde já temos ativos únicos, mas que ainda podem ser trabalhados de maneira mais estratégica. Vejo o Rio como um hub natural para isso, desde que a cidade continue investindo em valorização cultural e urbana. Para investidores, é um terreno fértil: há mercado, há talento e há uma demanda global por novas narrativas culturais em diversos campos criativos, desde a moda, gastronomia, no audiovisual e na música. O desafio é transformar essa energia em negócios de longo prazo, com impacto econômico e social”.
Sobre o complexo de vira-latas do brasileiro: “Para mim, o complexo de vira-lata é um atraso. É olhar para fora sempre como referência e não perceber a potência que já existe aqui. Eu prefiro falar em autoestima cultural: quando a gente entende o valor da nossa história, das nossas expressões e das nossas pessoas, conseguimos ocupar o mundo de outro jeito. Orgulho não é negar os problemas, mas reconhecer que é justamente essa mistura de acertos e contradições que torna o Brasil singular, rico e imutável na sua essência. Esse é o nosso diferencial”