Em 1h30, biólogo conta 57 sofás jogados nas lagoas da ZO
"Todos estamos nos afundando num mar de lixo e arrastando para o buraco inúmeras espécies", diz Mario Moscatelli



De 8h às 9h30 da manhã desta sexta (07/03), o biólogo Mario Moscatelli contou 57 sofás e poltronas encalhadas ou flutuando nas lagoas da Zona Oeste, principalmente na lagoa da Tijuca.
“Apesar de nossos esforços permanentes, principalmente nos últimos três anos, onde quase 300 toneladas de resíduos já foram removidas das margens da lagoa do Camorim, o lixo e os móveis não param de chegar. Se a ‘turma’ que joga o lixo e todo o resto não ajudar fazendo o mínimo, a recuperação vai ficar mais complicada do que já é. Não há obra que dê jeito se as pessoas não tiverem um mínimo de boa vontade”, diz ele.
O processo de despoluição das lagoas da ZO começou em abril passado, pela Iguá Saneamento, concessionária de água e esgoto, com coordenação de Moscatelli, que já fazia o trabalho de naturalização desde sempre.
“Depois não reclamem, pois estou tentando, desde 1992, evitar o pior para a região. A natureza já mostrou do que é capaz em 1996 e 2010 (quando as chuvas castigaram as áreas com deslizamentos de terra, árvores e pedras, o equivalente a 12 campos do Maracanã), mas parece que a turma ainda teima em peitar. Todos estamos nos afundando num mar de lixo e arrastando para o buraco inúmeras espécies que pagam o preço de nossa miopia suicida”, diz ele.