Isabel Guéron sobre “Entressafra”: “A vida que não postamos”
A peça transforma o caos cotidiano em catarse, e o que poderia ser um drama dos boletos vira comédia de sobrevivência
Isabel Guéron está no Teatro Gláucio Gil, em Copacabana, desde essa quarta (08/10), com mais uma temporada de “Entressafra”, espetáculo baseado em seu livro de crônicas homônimo, lançado em 2021.
A peça transforma o caos cotidiano em catarse, e o que poderia ser um drama dos boletos vira comédia de sobrevivência. Isabel faz o retrato real da vida de uma atriz — sem filtros, sem tapete vermelho e com muito aplicativo de banco aberto. O espetáculo é o que acontece na entressafra entre um trabalho na TV ou turnê teatral, continuando com as mesmas tarefas de sempre: escola das crianças, compromissos familiares ou um Pix pendente. “A peça é sobre o que a gente não posta nas redes e também sobre o extraordinário dos acontecimentos inesperados, a beleza do caminho. Trabalhar com cultura num país como o nosso é um desafio. Ao mesmo tempo, chegar até aqui, depois de 30 anos de profissão, e ainda viver do meu ofício me dá uma alegria imensa”, diz Isabel.
O espetáculo é uma produção familiar: o marido, Rodrigo Maranhão, assina a trilha sonora; o filho mais velho, Joaquim, o som; e o mais novo, Francisco, vende o livro no fim da peça — um empreendimento artístico de economia criativa doméstica.
Com 35 anos de carreira, Isabel também é criadora do podcast “Isso Não É Noronha”, com Maria Ribeiro, e “Entressafra” é sua estreia como autora teatral — ou, como ela mesma poderia dizer, “autora, atriz, produtora e mãe do elenco”.