Lançamento do livro “Mulher Viva”, com homenagem a Heloisa Teixeira
Na publicação, 25 nomes, entre eles Alcione, Camila Pitanga, Dira Paes, Erika Hilton, Marieta Severo, Mart'nália e Regina Casé




















Heloisa Teixeira (1939-2025) era a própria “Mulher Viva” (Arte Ensaio Editora) para todos os convidados do lançamento do livro do fotógrafo Gustavo Malheiros, nessa sexta (04/07), na Travessa do Leblon. A escritora, referência no feminismo, foi curadora da publicação, junto com Gringo Cardia, e as entrevistas com 25 personalidades foram feitas pela jornalista Maria Fortuna.
“Heloisa me falou uma coisa que me pegou: tinha urgência e precisava fazer logo o livro. Eu não sabia que ela estava doente, o que me contou só depois, explicando que queria deixar um legado para as netas e a geração mais nova, uma bibliografia sobre o feminismo. Ela sempre estava atenta às mulheres, não só as mais velhas como também as mais novas. Foi foda esse aval de ela ter me puxado para esse projeto”, diz Maria.
Na publicação, nomes como Alcione, Antonia Pellegrino, Bruna Linzmeyer, Camila Pitanga, Carol Solberg, Clara Buarque, Dira Paes, Eliana Sousa Silva (Diretora Fundadora da Redes da Maré), Erika Hilton, Gabriela Prioli, Marieta Severo, Mart’nália, Regina Casé, Roseana Murray, Tais Araújo, Marisa Orth, Ana Kariri, Deise Monteiro de Carvalho, Jurema Werneck, Marcela Cantuária, Kananda Eller e a própria Maria da Penha, cuja história deu origem à lei com seu nome, sancionada em 2006.
Todas falam o que é ser mulher no Brasil nos dias atuais — pouco antes de morrer, em março, Heloisa definiu, em sua última entrevista, e que está no livro: “É a consciência nascente de que vitórias individuais não adiantam se não trouxermos junto o compromisso de arrastar outras mulheres”.
“É o grito de 25 mulheres dizendo basta de violência e também uma reflexão poderosa sobre a potência que é ser mulher neste mundo”, diz Gringo, que já trabalhou em outras ocasiões com Helô, assim como o casal Gustavo e Silvana Monteiro de Carvalho (editora).
Rosiska Darcy de Oliveira, amiga e colega de Heloisa na ABL, fez uma homenagem com a participação da psicanalista Numa Ciro (que também cantou), representante da Universidade das Quebradas. Ela e Heloisa criaram o projeto de extensão na UFRJ em 2009, de troca entre a universidade e as periferias, como ela dizia, “o projeto da minha vida”.
O cineasta Pedro Buarque de Hollanda representou os irmãos (André e Lula), ao lado da mulher, a artista plástica Adriana Varejão, e das filhas, Dora e Violeta.
A edição impressa tem tiragem de dois mil exemplares, dos quais metade será doada para o Consórcio Maria da Penha.