Mesmo CEP, duas exposições: Carolina Kasting e Luiz Eduardo Rayol
Atriz e artista plástica inaugurou "Ser corpo muitos verbos” e o artista a sua “Andorinhas-da-lua”, no Centro Cultural Correios

















A atriz e artista plástica Carolina Kasting inaugurou sua primeira individual, “Ser corpo muitos verbos”, no Centro Cultural Correios, nessa quarta (19/03), com trabalhos de 20 anos de carreira.
No mesmo CCC, Luiz Eduardo Rayol também abriu a 1ª individual, “Andorinhas-da-lua”, com 25 trabalhos em grandes formatos.
A circulação entre ambas foi natural, já que o povo da arte carioca se conhece e se frequenta.
Kasting fez duas performances: uma pintando um quadro; a outra com tecido e bordados, sempre explorando temas como gênero, feminismo, memória etc. A curadoria é de Amanda Leite e Cota Azevedo e propõe uma reflexão sobre o corpo da mulher como território, utilizando fotografia, pintura gestual, vídeo e performance. “A mostra é uma dobra no tempo da minha trajetória de 30 anos como artista e da resistência constante à desconstrução do paradigma do corpo objeto. Meu trabalho tenta ultrapassar o binarismo e trazer para o público as múltiplas subjetividades que existem em cada um/uma de nós”, reflete Kasting.
Nas obras, objetos descartados e encontrados nas ruas, dando, segundo a curadoria, uma “perspectiva poética sobre as marcas deixadas pelo tempo e pelo corpo no encontro com os objetos”.
Já Rayol tem uma proposta completamente diferente: propõe uma reflexão sobre mortalidade e cosmos, com trabalhos predominantemente em preto e branco numa dualidade entre vida e morte, transformando a melancolia em linguagem visual. A curadoria é de Fabrício Faccio: “O olhar do artista para a finitude não é um olhar de lamento, mas de reconhecimento”, diz ele.
Rayol é representado pela galeria Anita Schwartz, no Rio, e pela WG Galeria, em São Paulo, e é visto como uma das principais promessas da arte contemporânea no país.