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Lu Lacerda

Por Lu Lacerda Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Jornalista apaixonada pelo Rio

O perigo é real: cerveja e vinho entram na lista? Química responde    

"Devido ao maior teor alcoólico, a chance de adulteração é maior em bebidas destiladas. A cerveja praticamente não apresenta risco", diz Luana Bacellar

Por lu.lacerda
Atualizado em 2 out 2025, 17h19 - Publicado em 2 out 2025, 16h11
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 (Gemini/Divulgação)
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Carioca adora festejar e arrumar desculpa pra beber: é caipirinha neon na praia, vodca com energético na noitada, gim-tônica em taça balonê no pôr do sol, mas, este fim de semana a farra pode ganhar um tom mais sóbrio: o alerta é sobre intoxicação por metanol. O perigo de transformar a balada numa roleta russa líquida. A boa e velha “gelada” deve virar a rainha da vez — segura, democrática e fiel como poucas.

Segundo as investigações do Ministério da Justiça e Segurança Pública, os produtos adulterados envolvem destilados como gin, uísque e vodca, vendidos em bares e adegas. Mas cerveja e vinho entram nesse rolo?

A coluna conversou com Luana Bacellar Melendez, doutora em Química, que atua na Secretaria Estadual de Educação e na UERJ:

“Tanto a cerveja quanto o vinho são considerados bebidas alcoólicas fermentadas. Durante o processo de fermentação alcoólica, o açúcar presente na uva ou no malte é transformado em etanol e gás carbônico. Durante esse processo não há possibilidade de formação de metanol em quantidades significativas. Já as bebidas destiladas, como gin, vodka e cachaça, possuem teor alcoólico superior a 15% e para isso passam por um processo de destilação depois da fermentação. Etanol e metanol são líquidos incolores e não é possível pelo consumidor diferenciá-los nas bebidas alcoólicas, por cor nem sabor. Mas, devido ao maior teor alcoólico, a chance de adulteração é maior em bebidas destiladas. A cerveja praticamente não apresenta risco, porque o processo de produção não gera metanol em quantidades relevantes.”

Ou seja: os cervejeiros — de fábrica e de mesa — podem comemorar.

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A coluna também perguntou sobre as medidas no varejo ao presidente da ASSERJ (Associação dos Supermercados do Estado do Rio), Fábio Queiróz: “Não podemos permitir que práticas criminosas coloquem em risco a vida de milhares de consumidores. A associação está mobilizada para orientar supermercadistas, reforçar a importância de fornecedores confiáveis e apoiar iniciativas que fortaleçam a fiscalização.”

Uma pesquisa da Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo (Fhoresp) mostrou que 36% das bebidas comercializadas no Brasil são fraudadas, falsificadas ou contrabandeadas. Entre as mais afetadas estão vinhos e destilados — especialmente a vodca, em que 1 a cada 5 garrafas vendidas no país é adulterada. Só em 2024, o mercado ilegal gerou prejuízos de R$ 85,2 bilhões.

Orientações de Flávio Graça, consultor técnico de Alimento Seguro da ASSERJ:

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  • Atenção a odores e colorações estranhas;
  • Preços muito baixos são tentadores, mas devem levantar suspeita;
  • Prefira fornecedores formais e de boa reputação;
  • Esqueça o mito de que “álcool mata microrganismo”;
  • Muito cuidado com compras online: exija nota fiscal;
  • Verifique rótulos: má qualidade de impressão é sinal de alerta;
  • Uísque, gim, vodca e cachaça são os campeões de falsificação;
  • Desconfie de marcas desconhecidas;
  • Cheque se o lacre e o selo do IPI estão intactos;
  • O rótulo deve estar em português para bebidas vendidas no Brasil.

No fim das contas, fica a lição: melhor um chope de confiança do que um “destilado surpresa”.

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