Pré de “Sexa”, de Glória Pires: atriz, diretora e porta-voz dos artistas
O cinema estava lotado para assistir à história de Bárbara (Glória), uma mulher de 60 que redescobre o amor com um homem 25 anos mais jovem
O comentário era unânime: Glória Pires estava radiante na pré-estreia de “Sexa”, nessa sexta (03/10), no Cine Odeon, dentro da programação do Festival do Rio. Trata-se de sua estreia como diretora, depois de 57 anos de carreira.
Enquanto as filhas Cleo e Antonia Morais desfilavam por Paris, Glória chegou acompanhada dos filhos Bento e Ana Morais. “Não me lembro de viver um momento tão intenso quanto esse”, disse ela no tapete vermelho.
Entre os agradecimentos, um especial ao marido, Orlando Morais, juntos há 37 anos e maior incentivador, que está se recuperando de uma cirurgia bucomaxilofacial.
O cinema estava lotado para assistir à história de Bárbara (Glória), uma mulher de 60 que redescobre o amor com um homem 25 anos mais jovem, numa luta contra o “prazo de validade” do desejo. “O filme nasceu de uma inquietação minha em relação às pessoas que são oficialmente taxadas de idosas. De repente, é como se elas fossem invisíveis. Então, é como se o desejo tivesse prazo de validade. O filme fala um pouco disso, dialoga com uma mulher que luta contra o tempo, insatisfeita com a própria imagem e em busca de uma conexão consigo mesma”, diz o roteirista Guilherme Gonzalez.
Thiago Martins, que interpreta Davi, o par romântico da protagonista, resumiu o espírito do projeto: “É um filme feito com muito amor. A Glória é uma mulher e atriz que dispensa apresentações, mas imagina ela, aos 62 anos, se provocar, inquieta, em dirigir já com a carreira consolidada.”
No discurso, a atriz-diretora chamou a atenção para questões no mercado audiovisual: “Queria começar com algo que acho importante falar sobre nós que somos artistas, intérpretes do audiovisual. Agora, em 2025, a nossa luta em busca do reconhecimento dos direitos de remuneração está fazendo 20 anos” – reforçando o apoio ao Projeto de Lei sobre a regulamentação do VOD (Vídeo sob Demanda), lembrando a importância de proteger os direitos de quem produz conteúdo no país. Odeon de pé.