Rafael Bokor: de Elis a Tom, mural celebra MPB no Beco das Garrafas

Durante o Tour Prédios Antigos de Copacabana, visito com o grupo o Beco das Garrafas, até hoje o mais conhecido do bairro, numa travessa sem saída da Rua Duvivier, entre os prédios de números 21 e 37. Nas décadas de 1950 e 1960, centenas de pessoas disputavam lugar para assistir aos shows nas casas noturnas Little Club, Bottles e Baccara.

Na época, por lá se apresentaram nomes como Sérgio Mendes, Baden Powell, Ronaldo Bôscoli, Elis Regina, Miele e Wilson Simonal, entre tantos outros talentos. O Beco ganhou ainda mais projeção nacional em 1990, quando foi citado por Ruy Castro no livro “Chega de Saudade” e, logo em seguida, por Nelson Motta em “Noites Tropicais”.

Esse lugar contribuiu diretamente para a evolução da música popular brasileira. O nome surgiu das garrafas de vidro atiradas por alguns moradores para dispersar a multidão que se aglomerava em frente às casas noturnas. Por mais de dez anos funcionou, na entrada do Beco, a Livraria Bossa Nova, que mantinha no mezanino um pequeno museu com inúmeros objetos das décadas de 1950, 1960 e 1970. Uma verdadeira viagem ao passado. A livraria fechou em 2019, dando lugar a uma petshop.

Este ano, o artista Benedito de Paula (@bdpaulah) deu novas cores ao muro no final do Beco das Garrafas, criando um painel em homenagem a grandes nomes da MPB. Entre as personalidades retratadas estão Elis Regina, Wilson Simonal, Jorge Ben Jor, Tom Jobim, Carlos Lyra, João Donato, Sérgio Mendes, Nara Leão, Luís Carlos Miele, Aldir Blanc, Roberto Menescal, Maysa, Leny Andrade, João Gilberto, Marcos Valle e Johnny Alf.

A obra recebeu o nome de “O Canto da Liberdade” e já se tornou um novo ponto turístico de Copacabana. Vale a visita!

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