Ressaca violenta no Rio: Moscatelli explica. Vídeos!
“As coisas estão mudando e bem depressa, sendo que na minha opinião, as atividades humanas têm protagonismo"

A ressaca destruidora têm assustado os cariocas desde essa terça (29/07), consequências do ciclone extratropical, trazendo interdição das ruas, com ondas de até 3 metros, águas atingindo pessoas, quiosques, lixeiras, carros, invadindo até garagem de alguns prédios na orla.
A Ciclovia Tim Maia permanece fechada, e os quiosques da orla do Leblon também, assim como dois trechos da Avenida Delfim Moreira. O Sistema Alerta Rio, da prefeitura, informou que a nebulosidade estará variada ao longo do dia e não há previsão de chuva, com ventos moderados até o fim da tarde e temperaturas que devem variar entre 11 e 25 graus.
Procurado, o biólogo Mario Moscatelli explica:
“As coisas estão mudando e bem depressa, sendo que, na minha opinião, as atividades humanas têm protagonismo. Destaco que, desde os anos 80/90, experts no tema já alertavam, e a maioria dos líderes mundiais, a sociedade, não deram a atenção. Aí está o resultado, com ondas de calor, incêndios, inundações bíblicas e por aí vai. Não perco mais tempo com essa polêmica de quem é o responsável por mudanças tão rápidas no planeta. Vivemos uma mudança climática mundial, em que a polêmica está em se essa mudança é ou não é provocada pelo homem. Na realidade, não interessa mais ficar perdendo tempo — o tema virou uma questão de natureza ideológica, na qual a ciência ficou fora da discussão.”
No mesmo dia, ondas de tsunami atingiram países banhados pelo oceano Pacífico depois de um terremoto de magnitude 8,8 atingir a costa leste da Rússia, e milhões de pessoas foram orientadas a fugir para regiões mais altas. Hokkaido, ilha ao norte do Japão, foi um dos primeiros lugares a registrar as ondas; baleias foram arrastadas e ficaram encalhadas nas praias (vídeo abaixo). Os alertas de tsunami foram cancelados e caíram para categorias mais baixas na manhã desta quarta (30/07), no Havaí, Califórnia e no restante da costa oeste dos EUA, mas ondas menores são previstas.
“Já gastamos mais do que o planeta tem a oferecer. Infelizmente agimos como uma verdadeira praga no planeta, sem pensar no amanhã. Quando analisamos as cidades litorâneas, existem inúmeros estudos internacionais indicando que, além de não estarem preparadas para esses acontecimentos, estão longe de estar preparadas para o que virá até 2050, incluindo o Rio, região dominada por várias baixadas, propícia a inundações. Ressacas ocorrem de forma periódica, principalmente no inverno, gerando transtornos já conhecidos. A isso somaram-se violentos ventos atípicos provenientes do mar com preamar astronômica de sizígia (maré normalmente mais alta nos períodos de lua cheia ou nova). Deu no que está dando: uma maré elevadíssima invadindo áreas costeiras. A boa vontade do clima acabou, e quem não se preparar para o que os especialistas exaustivamente têm alertado há mais de 30 anos, reze para nunca estar no lugar errado e na hora errada, pois, com a Natureza, não existe o ‘politicamente correto'”.