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Otavio Furtado

Por Otavio Furtado, jornalista e consultor de diversidade & inclusão Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Conheça os atletas LGBT dos Jogos Olímpicos Paris 2024

Brasil terá 23 dos 195 participantes queer desta edição olímpica, segundo levantamento da Outsports

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Atualizado em 5 ago 2024, 23h50 - Publicado em 26 jul 2024, 08h02
Quem são os atletas LGBT os Jogos Olímpicos Paris 2024
 (Reprodução/Instagram)
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Começa oficialmente hoje (26/07) XXXIII Olimpíada. Mesmo com alguns esportes já com disputas acontecendo, é com a Cerimônia de Abertura que consideramos o início de mais uma edição. E novamente teremos a presença de atletas LGBT nos Jogos Olímpicos Paris 2024.

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É importante ressaltar que mesmo com o avanço social dos últimos séculos, ainda é possível que tenhamos atletas participantes que não falam abertamente de sua sexualidade, inclusive por legislações anti-LGBT em seus próprios países. Além disso, em especial a questão da participação de atletas trans enfrenta retrocesso nos últimos anos. Mas, Paris 2024 contabiliza 195 atletas LGBT segundo levantamento da Outsports, publicação especializada no tema que circula desde 1999.

É fato que a presença de pessoas queer nos Jogos Olímpicos sempre existiu. Até mesmo nos Jogos da Antiguidade há documentos de historiadores que comprovam a presença. É preciso destacar que na Grécia antiga, embora não fossem considerados “gays” no sentido moderno da palavra, não era incomum atividade sexual entre homens, especialmente entre os atletas que eram considerados deuses do olimpo e desfilavam nus seus corpos esculpidos pela pratica esportiva como celebração pelas vitórias (a palavra ginásio é derivada de gymnos, que significa nu).

Tony Scupham-Bilton listou várias pessoas LGBT na era dos Jogos Olímpicos da Antiguidade. Um exemplo é Diocles de Corinto, vencedor da corrida de estádio nas 13ª Olimpíadas em 728 aC, e seu companheiro legislador Philolaus.

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A participação feminina nos Jogos Olímpicos só aconteceu na Era Moderna, em 1900, na mesma Paris que receberá a edição este ano. Contudo o longo caminho até atingir a marca histórica com o mesmo número de mulheres e homens competindo, alcançada agora em 2024, foi cercada de muito preconceito. Tony ressalta em seu trabalho como historiador olímpico que não era incomum a lesbofobia contra as atletas, mesmo quando não eram de fato homossexuais: “A medida que mais mulheres praticavam esportes, os homens começaram a descrevê-las como mulheres musculosas em tom pejorativo”.

Considerada a primeira atleta mulher queer na história dos Jogos Olímpicos, Mildred “Babe” Didrikson Zaharias (vencedora de dois ouros e uma prata no atletismo em Los Angeles-32) não se assumia publicamente na época. Fato que também aconteceu com  muitos homens que competiram em edições olímpicas, especialmente na década de 80 quando o estigma da AIDS empurrou a comunidade de volta para “dentro do armário”.

Foi nessa década que um ex-atleta olímpico criou o Gay Games, que teve a primeira edição em San Francisco (EUA) em 1982. Mas a ideia de Tom Waddell, que ficou em sexto lugar no decatlo nos Jogos Olímpicos do México-68, de chamar o evento idealizado por ele de “Jogos Olímpicos Gay” foi frustrado por uma ação judicial movida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

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Os atletas olímpicos só começam a se assumir publicamente durante o auge da carreira em Seul-88, quando o cavaleiro Robert Dover, dos Estados Unidos, se tornou o primeiro competidor assumidamente gay a participar dos jogos. De lá pra cá já forma contabilizados mais de 600 atletas LGBT em edições olímpicas. Mas ainda hoje enfrentam ataques homofóbicos, como o atleta de escalada esportiva australiano Campbell Harrison em uma postagem nas redes sociais oficial do Comitê Olímpico Internacional.

Arthur Nory é um dos atletas LGBT dos Jogos Olímpicos Paris 2024
Athur Nory será um dos mais de 20 atletas LGBT brasileiros nos Jogos Olímpicos Paris 2024 (Reprodução/Instagram)

Segundo o levantamento da Outsports o Brasil será representado por 24 atletas LGBT em Paris 2024, dos quais 21 são mulheres. Os números são compatíveis com as outras delegações, já que segundo a pesquisa 86,80% dos participantes queer são do gênero feminino. Isso demonstra que apesar do início da participação olímpica mais tardia, atletas mulheres conseguiram evoluir não só na representatividade numérica de gênero, mas também na liberdade de falar abertamente sobre sua sexualidade de uma maneira maior que os homens.

Para conhecer todos os atletas LGBT dos Jogos Olímpicos Paris 2024 clique no link e confira o levantamento feito pela Outsports.

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