Exclusivo: Benny Briolly fala sobre sua situação no Psol
Vereadora de Niterói acusa seu partido de estar boicotando seu mandato

O clima anda tenso no Psol de Niterói. O que já não vinha bem parece ter tido a última gota d’água no dia 16, quando durante uma reunião do Colégio de Líderes na Câmara Municipal Beny Briolly afirma ter sido surpreendida por outro vereador do partido, Professor Túlio, que a comunicou que ela não era mais a líder da bancada.
Ainda segundo a vereadora ela não foi avisada previamente pelo novo líder e nem a câmara foi oficiada pelo partido, como manda o protocolo. Benny acusou o correligionário de postura machista, racista e transfóbica. “O que vimos foi uma tentativa de apagar minha liderança e meu lugar como mulher trans na política marcada por atitudes machistas que precisam ser denunciadas”, afirmou.
O correligionário refuta as acusações e afirma que a ata do colégio de líderes comprova que não houve machismo, racismo e transfobia. “Somente houve uma divergência sobre quem ocupa, nesta legislatura O PSOL de Niterói já tinha decidido sobre a liderança da bancada anteriormente, de forma legítima e democrática, e até então não questionada pela vereadora”, explica Túlio.
Ainda segundo o vereador, o Procurador Geral da Câmara reafirmou que o regimento indica que, diante de uma situação de falta de consenso entre os parlamentares, o líder é o mais votado deles.
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O episódio teria sido, segundo Briolly, o último caso de recorrentes violências do PSOL contra seu mandato, que estaria sendo atacado desde o início de sua legislatura. Em 2022 o partido retirou mais da metade de seu fundo eleitoral.
Questionada se pensa em se desfiliar do partido foi direta: “A pergunta tem que ser: o PSOL realmente me quer no partido? Venho tentando vezes dialogar com a direção, inclusive enviando um ofício pedindo reunião, mas não obtive resposta até agora”. Ela afirma que se o partido não se dispuser a mediar o conflito será um sinal claro de que não querem sua presença. “Quando não nos encaixamos no padrão imposto, somos descartadas como se não fôssemos mais úteis”, finalizou.
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O que diz o PSOL de Niterói
Em nota publicada nas redes sociais, o partido se manifestou afirmando que a mudança de liderança teria sido motivada pelo fato de fato de Benny não seguir as orientações de não apoiar o governo do prefeito Rodrigo Neves. “Respeitamos a vereadora Benny Briolly, eleita pelo partido, contudo já é de conhecimento público e do partido de ela não vem seguindo essa orientação ao adotar uma postura de alinhamento com o governo”, afirma a nota.
Ainda segundo o PSOL de Niterói o procurador da Câmara Municipal reconheceu o o vereador Professor Túlio como líder legítimo da bancada. Veja a nota na íntegra abaixo: