Quem é a medalhista olímpica que pode ser presa ao voltar pro seu país
Cindy Winner Djankeu Ngamba, da Equipe de Refugiados, assegurou no mínimo o bronze ao se classificar pra semifinal no boxe
A pugilista Cindy Winner Djankeu Ngamba fez história hoje nos Jogos Olímpicos. Ao derrotar a francesa Davina Michel pelas quartas de final do boxe na categoria até 75 kg em Paris 2024, a camaronense se tornou a primeira integrante da Equipe de Refugiados a garantir uma medalha olímpica, já que no boxe não há disputa pelo terceiro lugar.
Mas o feito não poderá ser celebrado por Cindy em seu país natal. Isso porque ela pode ser presa se volta para Camarões. O país africano tem eu seu código penal um artigo que criminaliza “quem tem relações sexuais com uma pessoa do mesmo sexo”, com pena de 6 meses a 5 anos de cadeia, além de multa equivalente a cerca de R$ 2 mil.
Ela chegou a ser presa em 2019 no Reino Unido por ser uma imigrante ilegal, mas conseguiu asilo político por conta se sua sexualidade. “Você pode ser morta, agredida ou colocada em uma prisão. Eu não posso voltar”, disse a pugilista para o The Sun sobre o fato de ser asilada.
O resultado mostra a força e importância da Equipe de Refugiados, criada pelo Comitê Olímpico Internacional na Rio 2016. Na Olimpíada do Brasil foram 10 atletas integrando o time que compete sem bandeira e não pontua no quadro de medalhas. Em Tóquio foram 29 integrantes e, agora, em Paris 2024 são 36 atletas.