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Pauta Verde

Por Luiza Maia, jornalista e vegana por amor Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Papos sobre vegetarianismo, veganismo e escolhas conscientes.

Comida di Veggie: um roteiro por petiscos sem ingredientes animais

No embalo de festivais com pouquíssimas opções para os vegetarianos, uma lista de bares com criações saborosas sem carne para veganos (ou não)

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Atualizado em 25 abr 2025, 10h13 - Publicado em 25 abr 2025, 10h08
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Pintxos, salgadinhos e mais: bares onde comer bem sem ingredientes de origem animal (Reprodução/Instagram; Luiza Maia/Arquivo pessoal)
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A cada ano, o concurso Comida di Buteco se torna um dos momentos mais aguardados pelos amantes de um bom boteco. É a desculpa perfeita para organizar entre amigos uma maratona (ou melhor, uma ‘baratona’) pelos bares da cidade, experimentar novos sabores, sentir-se jurado por um dia e, é claro, virar algumas geladas. No entanto, entre petiscos com pernil, bacalhau, bacon e diversas carnes, os vegetarianos acabam sem ter muitas opções para onde correr. 

Na 18ª edição do concurso, que acontece no Rio, na Baixada e em Niterói até o dia 11 de maio, somente um bar entre os mais de 130 participantes trouxe um prato 100% vegetariano. Situada na Praça da Bandeira, a Noo Cachaçaria (Rua Barão de Iguatemi, 358) concorre com sua panceta fake: são cogumelos fritinhos, com cara de torresmo, servidos por cima de um creme de batata-baroa, creme de queijo e farofa crocante de panko. “O vegetariano ainda está carente de opções e vejo isso no dia a dia do bar, porque muitos clientes agradecem a atenção e cuidado que temos em atender essa restrição. Há ainda muito espaço para atender esse público”, ressalta Vanessa Marzano, dona do estabelecimento, que reduziu o número de pratos com carne desde a época da pandemia. O bar se identifica como “flexitariano” (prioriza pratos à base de vegetais, sem excluir totalmente a carne).

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Panceta fake: opção vegetariana no Comida di Buteco 2025 (./Divulgação)

O petisco tem abraçado os veggies, mas também os não-vegetarianos. “Sou a única vegetariana na família e todos eles foram unânimes em dizer: fantástico”, comentou uma seguidora na publicação da Noo Cachaçaria, no Instagram. Segundo a responsável pelo bar, quem consome carne é quem geralmente mais se surpreende e acaba se encantando com o prato veggie. “Esse imaginário do petisco vegetariano ser sem graça está cada vez menor”, afirma Vanessa.

Apesar desta desconstrução, ainda é difícil encontrar uma variedade de belisquetes sem carne para além da clássica batata e do aipim frito – quando esses não recebem firulas como queijos, bacon e afins. “Os momentos mais desafiadores para nós, veganos, ainda são esses momentos sociais e de lazer. Eu vejo meus amigos frequentando bares que participam desses concursos e fico triste por não poder acompanhar, já que eu só conseguiria tomar uma cerveja”, relata Marina Barroso, de 26 anos, vegana há mais de 6 anos. 

A carioca conta que fica surpresa por muitos bares ainda limitarem suas opções aos pratos com carne, quando há múltiplas possibilidades para serem exploradas no universo da culinária vegetal. “As pessoas pensam que virar vegano é uma limitação, mas, na verdade, é uma expansão. Eu descobri temperos, alimentos e sabores que eu nem imaginava que dava para preparar”, reforça Marina. Por isso, bares que oferecem alternativas inclusivas – e criativas – acabam cativando o coração do público vegano. 

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O bairro de Botafogo, com seu número crescente de bares e uma das ruas mais ‘hypadas’ pela juventude no último ano, a Arnaldo Quintela, tem se mostrado um dos mais receptivos para vegetarianos e veganos – e é onde começa o nosso saboroso roteiro para quem busca alternativas sem carne, leite, ovos e outros derivados. 

No irreverente Culto (Rua Arnaldo Quintela, 89), que virou um dos queridinhos para os veganos, o cardápio conta com opções para todos. Hot dogs, hambúrgueres, pizzas… Todos os itens contam tanto com alternativas com carne quanto plant-based. Às quartas-feiras, inclusive, há desconto para os itens veganos e friturinhas que aposentam de vez a batata frita. A porção de salgadinhos traz coxinha de carne de jaca, bolinha de queijo vegetal e almofadinha de chuchumarão – um recheio com sabor de mar, feito à base do (muitas vezes) subestimado chuchu. Na seara dos hambúrgueres, não deixe de provar o Kashmir (R$ 42,00), que traz um disco de falafel com queijo vegano da casa, mostarda da casa e picles de cebola roxa.

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Culto: porção de salgadinhos veganos é atração às quartas-feiras (Reprodução/Instagram)

Ainda na agitada rua, outro bar com boas opções veggie sinalizadas no menu é o Lemô (Rua Arnaldo Quintela, 57), famoso por suas versões de molho pesto artesanal. Chegue cedo para garantir uma mesa e pedir sugestões como o cogu pesto, cogumelos Portobello recheados de queijo e tomate cereja, acompanhados de pesto de manjericão (R$ 28,00); e o guaca lemole, que traz nachos com uma ótima guacamole e molho cheddar (R$ 25,00); ambos com opção vegana. 

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Cogumelos e guacamole: opções servidas com molho pesto vegano no Lemô (Luiza Maia/Arquivo pessoal)

Andando para outra rua que não para de ganhar novos bares, a Fernandes Guimarães, um estabelecimento com novo nome traz um cardápio impecável para os veganos: o Tititi. É o mesmo espaço ocupado pela hamburgueria VeganTi, que aproveitou a onda crescente de bares na região para virar um novo point de petiscos e biricuticos. Entre as criações do talentoso chef Thiago Feitosa, está a porção de polentinha frita com creme de queijo (à base de castanha de caju), farofa defumada e cebolinha (R$ 32,00). Hambúrgueres clássicos ainda seguem no cardápio, a exemplo do maré, um dos melhores sandubas do Rio, que leva tofu empanado e crocante, molho tártaro e alface americana no pão (R$ 32,00).

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Tititi: novo bar para fofocar nas mesinhas externas ou internas e comer bem (Luiza Maia/Arquivo pessoal)

E vale ainda citar o premiado Botica (Rua Fernandes Guimarães, 30, Botafogo), com seu balcão de acepipes frios que não costuma deixar os veganos na mão. Opções entram e saem de cena a cada semana, como o hummus com brócolis e alho assado (R$ 21,00) e a surpreendente porção de melancia, com azeitona e sementes (R$ 21,00). 

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Botica: opções vegetarianas aparecem no balcão de acepipes frios (Reprodução/Instagram)

Aberto em dezembro de 2024, o bar Jurema (Rua Morais e Vale, 47) ajudou a consolidar a fama da região entre a Lapa e a Glória, onde outros bares fazem muito sucesso, como o Beco do Rato, o Suru Bar e o mais recente Suru Bafo. Merece também a fama entre o público veggie, uma vez que conta com ótimas sugestões sem proteína animal. Dê uma chance para os cogumelos chamuscados, servidos com babaganoush de jiló e molho romesco (R$ 25,00). Entre as friturinhas, tem croqueta de couve-flor, assada com curry, empanada e frita, servida com chutney de tomate (R$ 18,00, duas unidades). 

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Babaganoush de jiló? Sim, uma sugestão imperdível do Jurema (Reprodução/Instagram)

Pertinho do metrô da Glória, o pequeno e requisitado Fatchia (Rua Benjamin Constant, 8, Glória) também incluiu veganices no menu, para a alegria da clientela. Com massa de gergelim, a fatchia vegana vem com tapenade de azeitonas pretas e verdes e manjericão para finalizar (R$ 26,00). Já a capponata traz berinjela fininha com alho e tomate confit, acompanhada por pedaços de focaccia (R$ 26,00). No mesmo bairro, o charmoso Isca traz versões veggies dos pintxos – espetinhos típicos da região do País Basco, na Espanha. O de cogumelo picon traz batata frita, molho picon, cogumelo com limão e tomilho (R$ 14,00). E uma boa notícia: é possível também pedir no balcão por outras adaptações veganas.

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Fatchia: opções veganas para acompanhar bons drinks e boa música tocada por DJs (Luiza Maia/Arquivo pessoal)

Ainda na Zona Sul, o roteiro não pode deixar de passar pelo renomado Teva (Avenida Henrique Dumont, 110B, Ipanema), restaurante e bar com cozinha 100% vegetal e orgânica, comandado pelo chef Daniel Biron. A visita é imperdível para veganos e não-veganos, que podem pedir delícias como o acarajé com molho caruru cremoso, quiabo grelhado no char broiler, salsa de palmito e tomate picante, azeite de dendê e coentro (R$ 46,00, duas unidades). Servido após as 18h, o delicioso taco de jaca traz carne de jaca verde ao barbecue, milho com molho Pebre picante, salsa de palmito pupunha e coentro dentro da tortilla de trigo, com maionese de Chipotle para acompanhar (R$ 48,00, duas unidades). 

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Teva: tacos com carne de jaca e outras delícias surpreendentes (Reprodução/Instagram)

Pratos típicos da culinária do Oriente Médio também são muitas vezes um refúgio para os vegetarianos. No café e bar Baduk (Rua Rainha Guilhermina, 95, Leblon), o que não faltam são opções veggie no menu, das diferentes porções de hommus tahini para compartilhar (a partir de R$ 32,00) ao falafel, bolinhos crocantes à base de grão-de-bico e com interior verdinho, servidos com molho tahini (R$ 28,00, cinco unidades)

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Baduk: tem falafel, hummus e mais sugestões para os veggies (Tomás Rangel/Divulgação)

Sugestões caprichadas para além da Zona Sul? Sim, temos (felizmente)! Na região da Tijuca, o Cine Botequim 2 (Rua Dona Zulmira, 111, Maracanã), além da decoração baseada em filmes que cativa os cinéfilos, é conhecido por suas mais de vinte versões de coxinhas. A vegana, nomeada “fuga das galinhas”, conta com massa de aipim, recheio de abobrinha, berinjela e tomate seco (R$ 13,90). Logo ao lado, o Bar do Trotta (Rua Dona Zulmira, 109) traz uma conserva de abobrinha (R$ 14,00) que ganhou o coração do público geral (o meu também), e merece a visita. 

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Coxinha sem frango e caponata de abobrinha: delícias no Maracanã (Reprodução/Instagram)

Qual será sua próxima parada nesta ‘baratona’ vegana?

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