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Rita Fernandes

Por Rita Fernandes, jornalista Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca

Feira das Yabás no Dia das Mães

A tradicional feira com comidas de origem africana e roda de samba comandada por Marquinhos de Oswaldo Cruz faz homenagem à D. Ivone Lara

Por Rita Fernandes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
6 Maio 2022, 15h11
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marquinhos_de_oswaldo_cruz_cantando_na_feira_das_yabas_com_timoneiros_da_viola (Divulgação/ Código Morse Assessoria/)
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Yabá significa “Mãe Rainha” e não poderia haver melhor associação entre o termo e a feira que celebra 14 anos e que será realizada no próximo domingo, dia 8, em homenagem do Dia das Mães, em Oswaldo Cruz, bairro contíguo à Madureira.

A Feira acontece uma vez por mês na Praça Paulo da Portela, em frente à antiga sede da escola azul e branca de Madureira, conhecida como Portelinha. A praça recria os quintais das grandes matriarcas do samba, as Yabás, ou Tias, que costumavam alimentar os sambistas que frequentavam seus quintais com versos de samba. Elas são conhecidas pela sua culinária, com ofertas de comidas tipicamente brasileiras, com um toque africano. Ao todo são 16 barracas, cada uma delas com sua especialidade. Tem rabada, mocotó, abóbora com camarão, frango com quiabo, jiló frito e a onipresente feijoada. E, claro, cerveja gelada em todas a barraquinhas.

Além da culinária, integra a Feira das Yabás uma das mais importantes rodas de samba da cidade, comandada por Marquinhos de Oswaldo Cruz, idealizador do projeto, com participação de André Lara, neto de D. Ivone, as cantoras Marina Íris, Fabiola, do grupo Awurê, e a matriarca Tia Surica. A edição especial do próximo domingo será em homenagem à D. Ivone Lara, a “Primeira Dama do Samba”, que por si só define a essência do que é ser uma yabá.

Declarada Patrimônio Cultural Imaterial do estado do Rio de Janeiro em 2018, a Feira das Yabás teve sua primeira edição em 2008 idealizada por Marquinhos de Oswaldo Cruz, que resolveu cantar seus sambas na quadra da Portelinha, quando era servida macarronada com carne assada.

A partir daí, a feira foi crescendo, saiu da quadra para a praça e incorporou a culinária de origem africana, típica do subúrbio carioca e das rodas de samba. Com todas as dificuldades de manter um projeto dessa natureza, seja pela ausência de patrocinadores ou de editais públicos, ainda assim a Feira das Yabás resiste pela ação de produtores culturais como Marquinhos e sua esposa Maria Machado.

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Fica a dica para o Dia das Mães, asseguro que vale conferir pois é programa para toda a família, em um ambiente típico de subúrbio carioca, com samba, comida e afeto, como o que encontramos ali em Oswaldo Cruz.

Rita Fernandes é jornalista, escritora, presidente da Sebastiana e pesquisadora de cultura e carnaval.

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