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Rita Fernandes

Por Rita Fernandes, jornalista Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca

O Carnaval de rua já está na pauta da cidade e em debate

Blocos, ligas e órgãos públicos já se organizam para debater temas e soluções em mais um Desenrolando a Serpentina

Por Rita Fernandes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
23 ago 2024, 12h19
Simpatia É Quase Amor, em desfile na Praia de Ipanema.
Simpatia É Quase Amor, em desfile na Praia de Ipanema. (Alex Ferro - Riotur/Riotur)
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Carnaval é só em março, mas, para quem organiza a festa, já está logo ali. Há muitos pontos de tensão, acumulados ao longo dos anos, tanto nas questões da burocracia nas liberações dos desfiles, quanto no que toca o modelo de patrocínios do Carnaval oficial do Rio. E, sim, há muito ainda a se avançar. Passados mais de 20 anos das primeiras ações que buscavam organizar a festa, claro que os modelos ficaram caducos. Ou, pior, foram sendo alterados sem diálogo entre os agentes da festa. É importante lembrar que o Carnaval é uma festa orgânica, que muda constantemente como a própria cidade.

Para debater possíveis caminhos para o Carnaval de 2025, a Sebastiana, liga de blocos do Rio, vai realizar a 18ª edição do seminário Desenrolando a Serpentina. Serão dois dias de conversa, 6 e 7 de setembro, no Museu de Arte do Rio (MAR), com a participação de 29 especialistas dos carnavais do Brasil. Além dos organizadores de blocos, a presença de gestores públicos, acadêmicos e pesquisadores, como o reitor da Universidade Federal da Bahia, Paulo Miguez, um especialista no tema, e do ex secretário de Cultura do Recife, Roberto Peixe, responsável pelo modelo de carnaval multicultural e descentralizado da capital pernambucana.

Os temas se dividem entre “Desafios e Soluções para o Carnaval do Rio”, “Mulheres no Carnaval – Liderança e protagonismo”, “O Ecossistema da Música em Território de Carnaval”, “Carnaval, Cultura e Mercado” e “Direito à Folia, a Experiência de Cidade”. Além dos debates, apresentações musicais nos Pilotis do MAR, dia 7, com o grupo Casuarina (19h) e com o bloco Fogo & Paixão (20h30), além da DJ Cris Panttoja (18h). O advogado Guilherme Varella, que esteve envolvido nos primeiros momentos da organização do Carnaval de São Paulo, participa da última mesa e lança o livro “Direito À Folia – O direito ao Carnaval e à política”.

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Bloco Fogo & Paixão se apresenta no dia 7 de setembro, nos pilotis do MAR. (Tata Barreto/Riotur)

Inscrições na Riotur e Cartilha dos Bombeiros

Que o Carnaval de 2024 não foi um mar de rosas é fato. Por isso, pensando em avançar nas soluções para os problemas enfrentados, blocos, ligas e representantes do Corpo de Bombeiros se reuniram, no início de julho, no Comando Geral da Corporação, no Centro. Reunião de muita conversa sobre os pontos de conflito – como entrega de plantas de ruas e rotas de fuga, emissão dos famosos CART e Fare (documentos ligados as ambulâncias, médicos e maqueiros), entre outros – que vêm desafiando os organizadores da folia.

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A boa notícia é que, no que diz respeito aos bombeiros, há avanços do órgão no sentido de tentar simplificar a burocracia e diminuir as tensões. Na quarta (22), foi lançada a ‘Cartilha Para Regularização Dos Blocos Carnavalescos Junto Ao CBMERJ”, que pode ser acessada pelo site da corporação, e que procura traduzir as várias exigências atreladas às liberações. Há também flexibilização de algumas exigências, como a possibilidade de uso de mapa Google Maps para demonstrar o trajeto, e não mais uma planta encomendada a arquiteto, totalmente fora da realidade dos blocos.

A cartilha traduz o que está espalhado em muitos documentos, conteúdos que qualquer leigo jamais alcançará se tivesse que ir atrás, e traz links diretos aos modelos de documentos e formulários a serem preenchidos.  Outro ponto é que esclarece que há blocos que não precisam de qualquer tipo de autorização, os que não têm trio elétrico, palco ou estruturas.

A Riotur, órgão responsável pelas inscrições dos blocos, também se antecipou e abriu o processo com prazo até o dia 12 de setembro, num processo mais simples e virtual.

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Se por um lado as tentativas de melhorar a vida dos blocos vêm avançando com os Corpo de Bombeiros, há outros esforços que ainda precisam ser feitos para equalizar a situação do Carnaval de rua na cidade. Especialmente no que diz respeito ao papel do Caderno de Encargos, modelo adotado desde 2010 pela Prefeitura do Rio, que já não reflete mais as necessidades do nosso Carnaval. Mas isso é tema para uma próxima coluna, a depender das novidades.

Rita Fernandes é jornalista, escritora, presidente da Sebastiana e pesquisadora de cultura e carnaval.

 

 

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