TOCA chega à quinta edição trazendo a força da cultura amazônica
Entre os dias 14 e 17 de agosto, festival gratuito aterrissa no Centro do Rio com shows, debates, filmes e intervenções.

Um dos festivais mais democráticos e que conta com uma das mais sofisticadas e primorosas curadorias chega ao Centro do Rio nos próximos dias. O festival TOCA 2025 vai ocupar espaços emblemáticos como a Praça dos Arcos da Lapa, o CCBB e o Museu de Arte do Rio, entre 14 e 17 de agosto, das 10h às 23h. E vem com uma programação diversa e totalmente gratuita, protagonizada pela cultura da Amazônia, trazendo tanto as frequências urbanas, quanto as tradicionais. Muito banzeiro com Dona Onete e o protagonismo de Gabi Amarantos, no grande palco montado nos Arcos da Lapa. Mas também com artistas que retratam a cultura local como Suraras do Tapajós, Nilson Chaves, Rita Beneditto, Djuena Ikuna, entre outros nomes.
Serão shows em teatro, museus e praça pública, mesas de conversa, exibição de filmes, intervenções e até baile, trazendo toda a riqueza da música, das aparelhagens sonoras, das intervenções. Começa na quinta-feira (14), com o show As Amazônicas, com Patrícia Bastos, Djuena Tikuna e Aíla, no Teatro Adolpho Bloch. Segue com uma programação intensa durante sexta e sábado, e, pra fechar o ciclo da maratona cultural, ainda tem o Baile da Cabra, sob o comando de Cabra Guaraná, que vai botar todo mundo pra dançar com as muitas sonoridades do Pará – brega, pop e cultura digital –, na Nova Gafieira, Praça Tiradentes.
“A quinta edição do festival mergulha na potência criativa da Amazônia, um patrimônio natural do nosso país, que rege toda a agenda de shows, debates, intervenções e exibição de filmes ao longo dos quatro dias de evento”, conta a idealizadora do festival, Andréa Alves.
No centro da programação, ninguém menos do que Gaby Amarantos, artista paraense que teve sua obra musical reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do estado do Pará. “É muito importante nesse momento tão lindo que a gente está vivendo, de valorização da nossa cultura brasileira e da cultura da Amazônia, poder trazer para o festival um pouco desta experiência incrível da periferia, das festas de aparelhagem, do nosso rock doido, que acontece no Pará”, diz a artista.
A escolha de Gaby Amarantos não foi por acaso. “Ela é a representação da força e originalidade para a nova geração de artistas amazônidas que ressignificam a cena musical do país”, afirma Andréa. A programação celebra outros nomes fundamentais que construíram essa trajetória, como Djuena Tikuna, Rita Benneditto, Suraras do Tapajós, Ayla, Noites do Norte, além de Nilson Chaves, cantor e compositor de Belém do Pará que “batiza” a categoria especial do Prêmio TOCA deste ano. “São artistas que traduzem a pluralidade de vivências, sonoridades e histórias da Amazônia Brasileira”, conclui.
A maratona de atividades simultâneas garante ao público uma experiência diversa. O TOCA de ideias convoca a uma reflexão, aprofundamento e desdobramento do festival a partir do que foi debatido. No CCBB, sob a curadoria de Alfredo Del-Penho, serão oito mesas de conversas sobre a valorização da diversidade cultural e das raízes brasileiras e amazônicas, sublinhando o impacto social e político da cultura. “Abordam os desafios e oportunidades da economia criativa, discutindo propostas sobre a sustentabilidade do setor musical. Por fim, promovem a conexão e o diálogo intercultural e interdisciplinar, ampliando a visibilidade de narrativas diversas”, destaca Alfredo.
Já o Cinema TOCA convida o público a explorar o universo audiovisual com seis filmes, a maioria inédito, em uma mostra com curadoria assinada pelo diretor artístico do Festival In-Edit Brasil, Marcelo Aliche. “As obras valorizam a diversidade da música da Amazônia brasileira. Os filmes abordam o protagonismo feminino, cenário musical no passado, presente e futuro, Bumba meu boi, entre outros assuntos”, adianta Marcelo.

Na Praça dos Arcos da Lapa, será montado um palco com apresentações de grandes nomes da música e momentos históricos. Artista de Belém do Pará, Aíla integra a equipe de curadoria dos shows. “Falar de Amazônia em primeira pessoa é a premissa da minha contribuição na curadoria musical do Toca, fico feliz de me unir com tanta gente bacana, para pensar junto nisso. Os shows refletem também encontros entre artistas do Norte, a força de um Brasil que o Brasil precisa conhecer”, declara.
A Praça dos Arcos da Lapa, MAR e CCBB serão ocupados por nomes como Rafa Bqueer, uma das artistas pioneiras da cena Drag-Themônia de Belém do Pará, e o grupo Afroribeirinhos, banda que denomina seu som como Mexidão, uma mistura afro-caribenho-amazônica com o ancestral ao contemporâneo, exaltando a cultura dos povos da Amazônia.
O TOCA 2025 é programa para ser degustado com calma e aproveitando todos os momentos, para quem gosta de coisas novas, de movimento e dança, de música urbana e tradicional e principalmente para quem tem interesse nas culturas plurais desse imenso Brasil. Especialmente a da Amazônia, que assina essa quinta edição.
Para saber mais sobre a programação: https://festivaltoca.com.br/