Pink Floyd no Teatro Rival
Oitavo disco do Pink Floyd, The Dark Side of the Moon foi lançado em 1973. Clássico da banda inglesa, vendeu mais de 40 milhões de cópias e é cultuado até os dias de hoje, literalmente: nesta segunda (25), o quinteto carioca Bulldog Classic Rock sobe ao palco do Teatro Rival (a partir das 19h30, R$ […]
Oitavo disco do Pink Floyd, The Dark Side of the Moon foi lançado em 1973. Clássico da banda inglesa, vendeu mais de 40 milhões de cópias e é cultuado até os dias de hoje, literalmente: nesta segunda (25), o quinteto carioca Bulldog Classic Rock sobe ao palco do Teatro Rival (a partir das 19h30, R$ 60,00 de ingresso) para tocar o álbum na íntegra, de Speak to Me, a primeira do lado A do LP, a Eclipse, a décima faixa do trabalho, última do lado B. No começo uma curtição entre amigos, que se encontravam para tocar a nata roqueira dos anos 60 e 70, o Bulldog tornou-se uma respeitada banda cover, que já passeou pelos repertórios de Hendrix, Janis Joplin e Beatles (o LP Abbey Road, dos quatro rapazes de Liverpool, eles levam ao Studio RJ, também na íntegra, no dia 19 de dezembro). O grupo é formado por Heitor Pitombo (baixo e voz), Nino Grandi (guitarra e voz), Lourival Franco (teclados), Maurício Borioni (bateria) e Piero Grandi (guitarra). Conversamos com Heitor Pitombo, tremendo baixista, para saber mais sobre o conjunto, a vida de cover e o show. Lá embaixo, depois da entrevista, uma palinha do quinteto carioca em Money, hit de The Dark Side of the Moon, cujos 40 anos de lançamento serão celebrados no Rival.
FALA HEITOR
Como vocês começaram? A ideia era fazer cover desde o início?
Começamos como um power trio há onze anos e a ideia sempre foi a de tocar rock’n’roll clássico, afinal a banda surgiu para o nosso divertimento. Juntei com um amigo baterista, o Sergio, que me apresentou ao Nino (Grandi). Eu e Nino estamos nessa história desde o começo. Fomos evoluindo com o tempo, ganhando público e, em 2008, passamos para um esquema mais profissional, justamente quando tocamos um disco na íntegra pela primeira vez: foi o próprio Dark Side, em um show de boa repercussão no Rio Rock & Blues Club (na Lapa). Desde então, já tocamos em lugares variados, da Sala Baden Powell a bares menores. Fizemos tributos a Hendrix, a Joplin, fizemos na íntegra os discos With the Beatles e Abbey Road, dos Beatles. Temos projetos de Stones, The Who, Doors, bandas de que gostamos, um Neil Young prá lá, um Crosby, Stills & Nash prá cá. Nosso repertório é esse, o suprassumo dos anos 60 e 70.
O que os fãs do Pink Floyd devem esperar do show no Rival?
É um show esmerado, tem um projeto de iluminação que tem muito a ver com o conceito do disco, tem projeções – o cara que faz as projeções é praticamente um membro da banda. Esse tipo de apresentação requer cuidados, como um técnico que conheça bem o repertório, e nós tomamos esses cuidados.
A reprodução do repertório é fiel? Desce a detalhes? Quais?
A ideia é ser fiel, mas até certo ponto. Nossa fidelidade é a da reverência aos arranjos originais, a gente respeita muito, mas, claro, às vezes entra uma frase de baixo nova, ou em um solo de guitarra menos importante sempre se pode inventar algo diferente. Time e Money são as faixas mais conhecidas do disco. Na primeira a gente faz algo bem próximo do original, mas em Money dá para soltar o braço, desenvolver algo nosso. Somos amarrados nesse repertório e buscamos executá-lo da melhor maneira possível, mas não dá para pensar em algo mecânico, não curtimos essa história de fazer cover de roupinha, caracterizados como se fôssemos os caras. Não somos os Beatles, o Pink Floyd, somos o Bulldog.
The Dark Side of the Moon tem, entre outras características, um uso muito especial de efeitos sonoros variados, como som de moedas caindo ou vários relógios tocando. Como vocês resolvem isso ao vivo?
Nosso tecladista, o Lourival Franco, é o cara que mais trabalha. Tudo o que a gente não consegue reproduzir vai para o sampler. Ele também fez um trabalho muito cuidadoso, muito maneiro, que foi o de pesquisa dos presets (sons pré-programados no instrumento) usados pelo tecladista Richard Wright na gravação do original. Tudo o que o Wright usou o Lourival foi atrás, para usar os mesmos efeitos de teclado do registro original.
Qual das dez faixas do disco é a mais difícil de tocar?
Não acho nada muito difícil. Tocar Beatles é bem mais complicado, a construção dos vocais é mais elaborada, as frases de baixo do Paul e alguns meandros de guitarra do George são mais enrolados. Para a gente, com o Pink Floyd, o mais difícil, na hora de fazer o The Dark Side of the Moon, tem sido encontrar uma mulher que cante aquela parte de The Great Gig in the Sky. Já tivemos várias convidadas, umas funcionaram melhor do que as outras, mas às vezes têm problemas de agenda. Nesse show do Rival a Amanda Mattos, que mandou muito bem nos ensaios, foi convocada para dar conta do recado. Vai ficar maneiro, ela pegou o feeling, a galera vai se amarrar. Você conhece a história da gravação original?
Não. Conte aí.
A gravação original de The Great Gig in the Sky é um longo improviso. Eles precisavam de uma voz feminina, aí chamaram essa dona chamada Clare Torry. Os caras soltaram o background e mandaram: canta aí. Ela inventou umas coisas e, quando acabou, ficou olhando para os músicos meio envergonhada. Eles adoraram.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=1kiQgs4PYLo?feature=oembed&w=500&h=281%5D