Confira cinco monólogos em cartaz na cidade
Se atuar diante de uma plateia já é, em si, uma exposição e tanto, estrelar um monólogo é radicalizar essa exposição. No Rio, pelo menos cinco atores e atrizes estão em cartaz com espetáculos nos quais sobem sozinhos ao palco. Confira quais são: ✪✪✪✪ Sexo, Drogas e Rock’n’Roll Montado pela primeira vez em 1990, o monólogo […]
Se atuar diante de uma plateia já é, em si, uma exposição e tanto, estrelar um monólogo é radicalizar essa exposição. No Rio, pelo menos cinco atores e atrizes estão em cartaz com espetáculos nos quais sobem sozinhos ao palco. Confira quais são:
✪✪✪✪ Sexo, Drogas e Rock’n’Roll
Montado pela primeira vez em 1990, o monólogo cômico do americano Eric Bogosian conquistou o circuito off-Broadway e ganhou um Obie, prêmio concedido pelo jornal The Village Voice. A montagem brasileira estrelada por Bruno Mazzeo mantém o espírito corrosivo do original. Com um figurino que se resume a jeans, camiseta e tênis, Mazzeo vive seis personagens em esquetes distintos. A tríade que dá nome à peça perpassa todas essas figuras, mas o verdadeiro tema aqui é a incessante busca pelo excesso. À vontade, Mazzeo dá um show, criando seus tipos através de sutis variações de corpo e voz. Direção de Victor Garcia Peralta (70min). 14 anos.
Teatro das Artes (470 lugares). Rua Marquês de São Vicente, 52 (Shopping da Gávea), 2º piso, Gávea, ☎ 2540-6004. → Sexta e sábado, 21h; domingo, 20h30. R$ 70,00 (sex. e dom.) e R$ 80,00 (sáb.). Bilheteria: a partir das 15h (sex. a dom.). Cc: M e V. Cd: M e V. IC. Estac. (R$ 14,00 até duas horas). Até o dia 29. Reestreia prometida para sexta (6).
✪✪✪ Calango Deu! — Os Causos de Dona Zaninha
Mineira radicada no Rio, a atriz Suzana Nascimento estrela este adorável monólogo cômico. Ela encarna a personagem do título, típica senhorinha de uma pequena cidade rural de Minas. O grande mérito do espetáculo está na forma como consegue transportar o público para a casa de Dona Zaninha, representada na cenografia de Desirée Bastos. A concepção de Suzana para a montagem, encampada com gosto pelo diretor Isaac Bernat, reforça na plateia a sensação de que o espectador, de fato, é uma visita: a atriz se dirige o tempo todo ao público, toca bandolim e canta músicas, pedindo ajuda na hora do refrão, e serve cafezinho feito na hora. Com aquele domínio de cena que faz o trabalho de ator parecer fácil, Suzana vai desfiando histórias hilárias e cativantes (100min). 14 anos. Reestreou em 20/2/2015.
Teatro Maria Clara Machado (120 lugares). Avenida Padre Leonel Franca, 240, Gávea, ☎ 2274-7722. → Sexta a domingo, 20h. R$ 40,00. Bilheteria: a partir das 14h (sex. a dom.). Até o dia 15.
Frida Kahlo, a Deusa Tehuana
Rose Germano estrela o monólogo dramático inspirado na pintora mexicana Frida Kahlo. Não se trata de uma peça biográfica tradicional: a dramaturgia, assinada pela prória Rose em parceria com o diretor Luiz Antonio Rocha, é livremente baseada nos diários e na obra da artista (75min). 16 anos. Reestreou em 20/2/2015.
Teatro Candido Mendes (101 lugares). Rua Joana Angélica, 63, Ipanema, ☎ 2523-3663. → Sexta e sábado, 21h; domingo, 20h. R$ 50,00. Bilheteria: a partir das 14h (sex. a dom.). Até o dia 21.
Um Pai (Puzzle) (foto)
Filha do psicanalista Jacques Lacan (1901-1981), Sibylle Lacan (1940-2013) escreveu o livro que dá nome à peça, no qual descrevia suas lembranças da relação com o pai. O texto ganha o palco na forma de monólogo dramático, em adaptação de Evaldo Mocarzel, estrelado por Ana Beatriz Nogueira. Direção de Vera Holtz e Guilherme Leme (60min). 14 anos. Estreou em 20/2/2015.
Centro Cultural Banco do Brasil — Teatro II (158 lugares). Rua Primeiro de Março, 66, Centro, ☎ 3808-2020. → Sexta a domingo, 19h30. R$ 10,00. Bilheteria: a partir das 10h (qui. a dom.). Até 3 de maio.
✪✪✪ Perdas e Ganhos
Baseado no livro homônimo da gaúcha Lya Luft, um best-seller que mescla ensaio e memórias, o monólogo dramático é revestido de um significado especial na atuação cativante de Nicette Bruno. Após a morte do marido, Paulo Goulart (1933-2014), com quem viveu sessenta anos, é como se o texto, com suas reflexões sobre amadurecimento e superação, tivesse sido escrito para Nicette ou até por ela. Filha de Nicette e Paulo, Beth Goulart assina a bem engendrada adaptação do texto — na qual se inserem três histórias pinçadas do livro de contos O Silêncio dos Amantes, também de Lya — e a delicada direção (60min). 12 anos. Estreou em 9/1/2015.
Teatro do Leblon — Sala Fernanda Montenegro (417 lugares). Rua Conde Bernadotte, 26, Leblon, ☎ 2529-7700. → Quinta, 18h; sexta e sábado, 21h; domingo, 20h. R$ 70,00 (qui. e sex.) e R$ 80,00 (sáb. e dom.). Bilheteria: a partir das 15h (qui. a dom.). Cc: D, M e V. Cd: todos. IC. Estac. (R$ 20,00, preço único). Até o dia 29.