Crítica: Vermelho Amargo
✪✪✪ VERMELHO AMARGO, adaptação de Diogo Liberano e Dominique Arantes a partir da obra de Bartolomeu Campos de Queirós. Adaptação do livro homônimo do mineiro Bartolomeu Campos de Queirós (1944-2012), Vermelho Amargo não trai sua origem. Em pouco mais de sessenta páginas, o escritor, notabilizado por sua obra infantojuvenil, revisita passagens da própria infância para criar uma história […]
✪✪✪ VERMELHO AMARGO, adaptação de Diogo Liberano e Dominique Arantes a partir da obra de Bartolomeu Campos de Queirós. Adaptação do livro homônimo do mineiro Bartolomeu Campos de Queirós (1944-2012), Vermelho Amargo não trai sua origem. Em pouco mais de sessenta páginas, o escritor, notabilizado por sua obra infantojuvenil, revisita passagens da própria infância para criar uma história impregnada de poesia, em abordagem respeitada no espetáculo. O drama tem Diogo Liberano como adaptador (ao lado de Dominique Arantes), diretor e um dos três atores. Todos dão voz ao protagonista. Ele relembra seu tempo de criança marcado pela morte da mãe, substituída por uma madrasta indiferente. Com Davi de Carvalho, Liberano apresenta ao público os fatos de uma perspectiva da época em que ocorreram, enquanto Daniel Carvalho Faria narra a história do ponto de vista do presente, mais distanciado. A reverência ao texto, por um lado, deixa a literatura se sobrepor à ação, o que pode soar enfadonho para alguns. No entanto, o lirismo original é inteiramente preservado no palco, apoiado por belíssima solução visual materializada no cenário de Bia Junqueira