Última chamada para Claudio Botelho
Entre julho e agosto do ano passado, Claudio Botelho fez uma série de shows no hoje extinto Bar do Copa, no Copacabana Palace — algo como um canto do cisne do lugar, que fecharia logo depois para reformas que o transformariam em um restaurante japonês. Para alguns, era uma surpresa que o parceiro de Charles Möeller na direção […]
Entre julho e agosto do ano passado, Claudio Botelho fez uma série de shows no hoje extinto Bar do Copa, no Copacabana Palace — algo como um canto do cisne do lugar, que fecharia logo depois para reformas que o transformariam em um restaurante japonês. Para alguns, era uma surpresa que o parceiro de Charles Möeller na direção de alguns dos melhores musicais já feitos no país também cantasse. Mas quem já o havia visto no espetáculo Versão Brasileira, no qual entoava canções de grandes musicais, algumas no original e outras transpostas por ele mesmo para o português, e conhecia o início de sua carreira como cantor, já imaginava que Cole Porter & Meus Musicais de Estimação, como foi batizado o show, tinha potencial para ser um estouro.
Fato é que, talvez inspirado pelo clima glamouroso do Copa e pela atmosfera menos sala de teatro e mais cabaré do ambiente, com os presentes bebericando tranquilamente seus drinques, Claudio parecia iluminado — feliz da vida, soltou a voz, contou histórias, fez piadas. Como escrevi na época aqui na VEJA RIO, “acompanhado por Thiago Trajano (violão, guitarra e banjo), Marcio Castro (piano) e Edgar Duvivier (sopros), ele mostra não apenas a voz afinada mas um talento de intérprete só possível quando se tem total entendimento das intenções da letra. Assim, vai da paixão desbragada de So in Love (de Kiss Me Kate) à tristeza de I Dreamed a Dream (Os Miseráveis), da esperança de Over the Rainbow (O Mágico de Oz) à galhofa de It’s a Business (Curtains)”.
Bom, quem viu, viu. Quem não viu… olha, com aquela aura do Copacabana Palace, vai ser difícil, mas seguramente vale conferir o show que Claudio faz hoje (e apenas hoje!) na Miranda, a partir das 20h. Consta que, com uma ou outra exceção, o repertório é basicamente todo de canções de musicais já encenados por ele e Charles por aqui: O Mágico de Oz, A Noviça Rebelde, Um Violinista no Telhado, Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos, 7 — O Musical, Milton Nascimento — Nada Será Como Antes e até o ainda em cartaz Os Saltimbancos Trapalhões. Entre as músicas, Claudio conversa sobre sua carreira com a jornalista Leilane Neubarth. Quer um conselho? Esqueça o debate presidencial e tome o rumo da Lagoa.