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Teatro de Revista

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Por trás dos panos: reportagens, entrevistas e novidades sobre a cena teatral carioca

Dez curiosidades sobre a peça “As Mil e uma Noites”

Nova produção da companhia Teatro Voador Não Identificado mescla contos de Sherazade com a história de refugiados árabes

Por Renata Magalhães
Atualizado em 26 jun 2018, 11h33 - Publicado em 26 jun 2018, 10h37
 (Renato Mangolin/Divulgação)
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Um único espetáculo; 33 peças. Novo projeto da companhia Teatro Voador Não Identificado, As Mil e uma Noites comprova o caráter experimental e audacioso do grupo carioca. Com uma dramaturgia de 500 páginas, assinada por Gabriela Giffoni e Luiz Antonio Ribeiro, a produção estreia sexta (29) no Oi Futuro. No elenco, Adassa Martins, Bernardo Marinho, Elsa Romero, Gabriel Vaz, João Rodrigo Ostrower, Julia Bernat, Larissa Siqueira, Romulo Galvão, Pedro Henrique Müller e Clarisse Zarvos (os dois últimos na foto).

Para quem não se lembra, o clássico da literatura mundial reúne uma coleção de contos árabes escritos entre os séculos XIII e XVI. A obra narra a história do rei Shariar, que mandou matar a esposa após ser traído e decidiu, a partir de então, degolar cada mulher com quem passasse a noite após desposar. Uma delas, a esperta Sherazade iniciou uma história que despertou o interesse do monarca em ouvir a continuação na noite seguinte – conseguindo poupar sua vida dia após dia.

No centro cultural do Flamengo, a trama é entrelaçada com depoimentos atuais de refugiados árabes. E esta é apenas uma das curiosidades que permeiam o processo de criação. A pedido da VEJA RIO, o diretor Leandro Romano listou uma dezena delas para dar um gostinho do que vem por aí. Confere só:

1. A temporada terá 33 apresentações diferentes.
O espetáculo é uma adaptação do Livro das Mil e Uma Noites e a companhia montará, na íntegra, o ramo sírio, que é composto por 33 histórias. A cada apresentação, o grupo contará uma história diferente que não voltará a se repetir.

2. A dramaturgia é composta por mais de 500 páginas. Para contemplar todas as histórias do livro, os dramaturgos Gabriela Giffoni e Luiz Antonio Ribeiro escreveram mais de 500 páginas de dramaturgia.

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3. Para cada apresentação, foi criado um cartaz diferente.
A designer Chris Lima criou um cartaz para cada apresentação. Durante a temporada, os cartazes serão publicados nas redes sociais do grupo.

4. Esta é a segunda adaptação literária da companhia.
Em 2014, a companhia Teatro Voador Não Identificado adaptou O Processo, de Franz Kafka, para os palcos. A cada dia, um ator diferente era convidado para interpretar o personagem principal sem nunca ter ensaiado. Pela concepção da peça, o grupo foi indicado ao Prêmio Shell na categoria Inovação.

5. Os atores não decoraram o texto.
Devido ao tamanho da dramaturgia, os atores não decoraram o texto pois esta seria uma tarefa humanamente impossível. Por isso, foram criados diversos jogos nos quais os atores “recebem” o texto. Durante a apresentação, a atriz que interpreta Sherazade é responsável por guiar os demais atores.

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6. As histórias do livro são entrelaçadas com relatos reais de refugiados árabes.
Além das histórias do livro, a peça apresenta relatos reais de refugiados árabes que vivem atualmente no Rio de Janeiro. Em forma de monólogos, as cenas discutem as consequências da Primavera Árabe e a diferença culturais entre Brasil e Oriente Médio.

7. Os relatos fazem alusão aos mil e um dias do governo Temer.
O período de 1001 noites do livro é equivalente a 2 anos e 7 meses, curiosamente o tempo total que terá o governo de Michel Temer. A peça faz alusão a este período através da fala dos refugiados, que demonstra as semelhanças entre a Primavera Árabe e os acontecimentos políticos do Brasil.

8. As atrizes que interpretam Sherazade se revezam no papel da princesa.
As atrizes Adassa Martins, Clarisse Zarvos, Elsa Romero, Julia Bernat e Larissa Siqueira se revezam diariamente no papel da princesa Sherazade.

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9. A trilha sonora é móvel.
Composta por Felipe Ventura e Gabriel Vaz (ambos membros da banda Baleia), a trilha sonora do espetáculo também não se repete. Para cada jogo cênico, há uma faixa diferente e a trilha se molda como um quebra-cabeça.

10. Durante a temporada, o público poderá ajudar refugiados.
A partir do dia 29, o público que frequentar o Oi Futuro poderá colaborar com uma campanha de auxílio aos refugiados que moram na Igreja São João Batista em Botafogo. Roupas, comidas e demais itens de necessidade serão recolhidos no centro cultural e encaminhados à igreja.

Oi Futuro. Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo. Sexta a domingo, 20h. R$ 30,00. Até 9 de setembro. Estreia nesta sexta (29).

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