
Enquanto o Rio recebe o mega show de Lady Gaga, ícone da música pop, muitos desconhecem sua relação com o vinho, que inclui marcas de luxo, mas também vinhos no dia a dia, demonstrando uma paixão autêntica.
Em 2021, Gaga estabeleceu uma parceria com a casa de champanhe Dom Pérignon, resultando em edições limitadas dos vintages Rosé 2006 e Brut 2010. As garrafas, redesenhadas sob sua direção criativa, fizeram parte da campanha The Queendom, que buscava aproximar a marca de públicos mais jovens e artísticos. Parte da arrecadação foi revertida para a Born This Way Foundation, voltada à saúde mental de jovens. Embora o foco tenha sido sobretudo estético e institucional, a iniciativa consolidou a presença de Gaga no universo do vinho de forma concreta.
Antes disso, a cantora já havia manifestado interesse pelo setor ao registrar a marca Grigio Girls — nome de uma faixa de seu álbum Joanne (2016) que homenageia encontros entre amigas marcados pelo consumo de Pinot Grigio. O projeto previa o lançamento de vinhos e coquetéis, mas não chegou a ser comercializado. Ainda assim, a iniciativa revela o lugar afetivo que o vinho ocupa em sua trajetória artística.
Em suas obras musicais, o vinho aparece como símbolo de celebração e liberdade, como na canção “So Happy I Could Die”, de The Fame Monster (2009). No cotidiano, entrevistas revelam um consumo informal, com preferências pouco convencionais, como misturar vinho tinto com cerejas marrasquino e refrigerante dietético. Durante a pandemia, Gaga compartilhou receitas culinárias utilizando vinho rosé, reforçando uma relação espontânea e cotidiana com a bebida.
Em análise crítica, a conexão de Lady Gaga com o vinho não se dá pelo viés técnico ou de aprofundamento enófilo, mas pela capacidade do vinho de se inserir em narrativas contemporâneas de afeto, celebração e expressão pessoal. É um exemplo de como o vinho transcende seu campo tradicional e adquire novos significados, também na cultura pop.