Nova geração prefere os vinhos politicamente corretos
A Geração Z, composta por jovens nascidos entre segunda metade da década de 1990 e o início da década de 2000, está transformando o mercado de vinhos.
A Geração Z, composta por jovens nascidos entre segunda metade da década de 1990 e o início da década de 2000, está transformando o mercado de vinhos, com um foco em sustentabilidade e responsabilidade social.
Diferentemente das gerações anteriores, esses jovens priorizam vinhos que, além de uma boa experiência gustativa, são politicamente corretos, como os sustentáveis, orgânicos, naturais, biodinâmicos, de baixa intervenção e, mais recentemente, de baixo teor alcoólico ou sem álcool.
A sustentabilidade é fundamental para essa geração, que cresceu em um contexto de crescente preocupação ambiental. No mundo dos vinhos, isso se reflete em uma preferência por rótulos que adotam práticas agrícolas que minimizam o impacto ambiental. Vinícolas que evitam pesticidas e fertilizantes químicos, utilizando métodos orgânicos ou biodinâmicos, ressoam fortemente com esses consumidores. Além disso, vinícolas que reduzem a pegada de carbono por meio de embalagens recicláveis ou energias renováveis têm grande apelo.
A pureza na produção é outro valor importante para a Geração Z, refletida na escolha por vinhos orgânicos e naturais. Para esses jovens, consumir produtos menos industrializados é uma extensão de seu desejo preservar o planeta e a saúde. Vinhos orgânicos, livres de agrotóxicos e aditivos, são vistos como mais puros e saudáveis, além de expressarem melhor o terroir. Vinhos com mínima intervenção, utilizando leveduras indígenas e evitando sulfitos, ressoam com a busca pela autenticidade.
Os vinhos biodinâmicos também atraem essa geração, que valoriza a conexão com a natureza e práticas agrícolas em harmonia com o ambiente. A influência dos ciclos lunares e planetários no cultivo das uvas, característica da biodinâmica, é vista como um retorno a práticas mais simples e autênticas.
Para esses jovens, consumir vinhos de baixa intervenção é uma forma de rebelião contra a padronização do sabor. Além disso, esses vinhos são vistos como preservadores da biodiversidade e da saúde dos vinhedos.
Mais recentemente, vinhos de baixo teor alcoólico ou sem álcool têm ganhado popularidade entre a Geração Z, que está mais consciente dos impactos do álcool na saúde. A busca por equilíbrio e moderação impulsiona o interesse por esses vinhos, oferecendo a experiência de degustação com menos ou nenhum álcool.
A relação da Geração Z com vinhos politicamente corretos reflete um compromisso com um mundo mais sustentável e ético. Para eles, o vinho é mais do que uma bebida; é uma declaração de valores. Ao escolher vinhos sustentáveis, orgânicos, naturais, biodinâmicos, de baixa intervenção e de baixo teor alcoólico ou sem álcool, essa geração está moldando o futuro da vinicultura, onde a qualidade do produto é inseparável do respeito pelo meio ambiente e pelas tradições culturais.
Este nicho de mercado ainda é pequeno no mundo e mais ainda em países emergentes no vinho, como o Brasil, mas mesmo com uma base pequena, cresce consistentemente ano a ano e representa o futuro.