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Vinoteca

Por Marcelo Copello, jornalista e especialista em vinhos Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos

O vinho do dia seguinte

Algumas vezes abre-se uma boa garrafa de vinho que acaba não sendo totalmente consumida. Como fazer?

Por marcelo
Atualizado em 7 jun 2018, 10h00 - Publicado em 7 jun 2018, 10h00
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Por Marcelo Copello

Algumas vezes abre-se uma boa garrafa de vinho que acaba não sendo totalmente consumida. Como fazer, então, numa situação como esta, para conservar a bebida? É uma pergunta que me fazem com freqüência nos cursos que ministro para iniciantes no assunto. Lamento dizer, mas uma vez a garrafa aberta a deterioração é apenas uma questão de tempo. Mas quanto tempo? O processo é gradual. A cada dia o vinho estará um pouco mais oxidado, até atingir um ponto em que se tornará imbebível. Pode demorar horas ou dias, mas nenhum vinho escapa à decrepitude e jamais será igual no dia seguinte. Podemos, contudo, usar de artifícios para retardar o processo de perda de qualidade.

A maneira mais óbvia e menos eficiente de conservar uma garrafa aberta é simplesmente arrolhando-a e colocando-a na geladeira. A refrigeração retardará a oxidação.

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Há no mercado uma série de acessórios destinados a conservar garrafas de vinho abertas. O mais conhecido é o vacu vin, uma bombinha de sucção e rolhas de borracha que funcionam como válvulas. Com esse aparato pretende-se retirar o ar de dentro da garrafa. Além de o vácuo não ser perfeito, parte dos aromas do vinho sai junto com a operação. Você pode ver e adquirir esse e outros acessórios que visam a conservação de garrafas abertas em vários sites na internet ou em lojas especializadas.

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O método mais profissional, usado na maioria dos restaurantes que oferecem vinho em taça, recorre ao mesmo gás. São câmaras de nitrogênio para várias garrafas; dali o vinho é servido por meio de mangueiras. É perfeito, mas conforme a capacidade pode custar alguns milhares de dólares.

Para mim a grande dica é um método caseiro, que é o mais barato, mais simples e que me mais me agrada: a utilização de meias garrafas (de 375 mililitros). Ao abrir uma garrafa grande, transfira metade do conteúdo para a menor, que deve estar perfeitamente limpa. Encha-a por completo e depois arrolhe com a própria rolha do vinho a ser bebido ou com outra qualquer, desde que bem limpa. Assim o vinho pode resistir dias ou até semanas.

Conservar espumantes abertos é tarefa ingrata e, convenhamos, abrir um champanhe e não consumi-lo todo vai contra o espírito desta bebida e deveria estar no Código Penal. Caso você cometa esse crime, existe um vacu vin para esse tipo de vinho, que bombeia ar para dentro da garrafa, mantendo a pressão.

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O caso dos fortificados, como o Porto, é mais simples. Podemos dividi-los em duas categorias: os que amadureceram longo tempo em madeira, como os Tawnies (10, 20, 30 e 40 anos), e os demais, que foram logo engarrafados, como os Vintage. Os primeiros, por terem passado por um longo estágio de oxidação em sua elaboração, podem resistir tranqüilamente vários dias depois de abertos, embora percam gradativamente seus aromas. Os outros devem ser bebidos logo, como qualquer vinho de mesa.

Caso não seja possível consumir toda a garrafa, não se preocupe. Afinal, o vinho não foi feito para nos causar preocupações e sim dar prazer. Deguste-o no dia seguinte, tendo apenas consciência de que, com a passagem do tempo, ele decairá até oxidar por completo. Se uma garrafa for demais para você, aproveite o pretexto e convide alguém.

Com um bom vinho, não é difícil conseguir companhia.

Veja também: Como nascem os drinks

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