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Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos
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Um brinde ao inverno

Por Marcelo Copello Casacão, cachecol, quem sabe luvas e sobretudo (com sorte até neve!), lareira, conhaque, leitão à pururuca, sopa leão veloso

Por Da Redação
Atualizado em 22 jun 2017, 18h25 - Publicado em 22 jun 2017, 18h25
 (Paulo Lima/Vinoteca)
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Por Marcelo Copello

Casacão, cachecol, quem sabe luvas e sobretudo (com sorte até neve!), lareira, conhaque, leitão à pururuca, sopa leão veloso, cassoulet, fondue de queijo (e de chocolate) e, claro, muito vinho! O inverno para alguns é mais que uma estação do ano, é um estilo de vida. Antes relegado aos dias entre 21 de junho a 23 de setembro, hoje o inverno e os invernófilos se expandiram para o ano inteiro, graças à invenção do ar-condicionado (que pode transformar sua sala em uma estação de esqui) e do avião (para estar onde o inverno estiver). Sabemos que nosso inverno não é tão rigoroso quanto o da Finlândia, mas, se a temperatura cai, os enófilos têm um motivo a mais para sacar rolhas e encher suas taças e brindar. O que é o “vinho de inverno”

vinho e fogo
(Paulo Lima/Vinoteca)

Podemos chamar de “vinho de inverno” qualquer vinho mais encorpado e/ou alcoólico, servido menos resfriado. Geralmente associamos inverno aos tintos e aos vinhos doces e fortificados, como Sauternes e o Porto. Podemos, contudo, incluir nesta categoria alguns brancos, desde que mais consistentes e estruturados. Por contraposição, podemos alcunhar de “vinhos de verão” os caldos mais leves, menos alcoólicos e servidos mais gelados. Aqui é mais comum citarmos brancos, rosés e espumantes, mas também podemos colocar neste balaio alguns tintos mais leves e até fortificados. Como no universo de Baco há exceções para todas as regras, podemos incluir um fortificado alcoólico entre os vinhos de verão. Falo do Jerez Fino ou Manzanilla, que, apesar do teor alcoólico em torno de 15%, é mais lembrado no verão, para acompanhar sopas frias, como o gaspacho e a salmoreja.

Raio X de um vinho de inverno casa bem com bons vinhos mais consistentes e comidas mais saborosas. Não pensamos, por exemplo, em saladas frias e frutas frescas no inverno. No frio nos apetecem os pratos servidos a uma temperatura mais alta, como sopas quentes, e receitas energéticas, gordurosas e saborosas. Podemos dizer que o nível de temperatura e de sabor sobe no inverno, tanto nos pratos quanto nos vinhos. No vinho, este corpo vem à sensação de consistência e de volume do vinho no paladar (coloque o vinho na boca e mastigue-o antes de engolir, você entenderá). Este maior extrato deve-se principalmente à maturidade das uvas (uvas mais maduras terão uma maior concentração de açúcares e sabores em seus bagos) e ao tempo de maceração destas uvas ao fermentar, o que proporcionará ao vinho uma maior concentração de cor, aroma e sabor.

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O amadurecimento em barricas de carvalho é outro fator que ajuda a aumentar o nível de sabor de um vinho. Fundamental para proporcionar a sensação de redondez e calor em um vinho é seu teor alcoólico. Enquanto os pratos de inverno são servidos mais quentes, como as sopas, os vinhos de inverno provocam esta sensação de calor através de seu teor alcoólico. Uma diferença de um ou dois graus de álcool faz grande diferença. Assim, a percepção de calor provocada por um tinto com 13% de álcool é consideravelmente menor do que a de outro com 15%. Os afilhados de Baco sabem que o vinho é uma bebida para o ano todo, pois cada estação do ano tem seus vinhos mais adequados.

(leia também: Como o carvalho altera aromas e sabores do vinho

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