COMER & BEBER 2017/2018: restaurantes de culinária contemporânea
Confira a seleção dos melhores endereços dessa categoria
A edição especial VEJA COMER & BEBER Rio apresenta os melhores restaurantes da cidade. Abaixo, a seleção dos restaurantes de culinária contemporânea:
Assunção
Aos 30 anos, a chef Mirka Lage tem estrada na administração de negócios gastronômicos. A cozinheira conta com o apoio da família para dividir-se entre as panelas do CuisinArt, no Centro desde 2011, e esse ponto charmoso em Botafogo. Ex-pupila de Roberta Sudbrack, ela prepara sugestões como o bem executado risoto de camarões e tentáculos de polvo grelhado (R$ 56,00) e a refinada codorna recheada servida com chutney de tomate, purê de queijo da Serra da Canastra e cogumelos salteados (R$ 68,90). No almoço, o combo de prato da chef com sobremesa custa R$ 56,00. Entrada de sucesso, a salada de ovo mollet gratinado e rúcula (R$ 20,00) é escoltada por vinagrete de mostarda à l’ancienne (em grãos), castanhas crocantes e brioche tostado. Na ala doce, o bolo de chocolate de gostinho caseiro vem coberto por farta camada de brigadeiro quente (R$ 18,00). Rua Assunção, 184, Botafogo, ☎ 2537-2732 (45 lugares). 11h30/16h e 19h/22h30 (sex. jantar até 23h30; sáb. almoço até 17h e jantar até 23h30; dom. até 17h). Cc: todos. Cd: todos. Couvert: R$ 17,00. ⑤ (só no almoço) ⑥ (R$ 40,00) Aberto em 2014. $$$
Azam Bistrô: A casa do chef Pedro Azambuja tem atmosfera de bistrô e menu de receitas descomplicadas com toque autoral. Após passagens pelas cozinhas de Pérgula, Enotria e Irajá Gastrô, o mestre-cuca partiu para o voo solo. Fazem bom começo tanto a salada de cuscuz (R$ 29,00), reunindo trigo, cevada, quinoa e pesto de hortelã com damasco e cebola-roxa, quanto o ceviche de camarão (R$ 33,00) com leite de tigre clássico, picles de chuchu e torradas. Na sequência, duas dicas de prato principal são o robalo na folha de bananeira com moqueca de banana-da-terra e arroz de castanha e o turnedô de filé-mignon grelhado com arroz cremoso tipo piemontês, regado por redução de caldo de carne. Ambos custam os mesmos R$ 65,00. Mais em conta, o frango cítrico tem escolta de purê de batata-doce e cenoura cozida (R$ 45,00). O grand finale cabe ao pavê de doce de leite (R$ 18,00), com massa de rocambole regada por cremes inglês e de confeiteiro de doce de leite. Detalhe: dentro do shopping, a casa não tem banheiro próprio.
+ Os melhores restaurantes japoneses
Bazzar: Cristiana Beltrão, a dona do negócio, é uma entusiasmada pesquisadora de sabores e ingredientes. Pequenos produtores fornecem a matéria-prima para os pratos assinados pelo chef Claudio de Freitas. Na entrada, lascas de ovas de tainha seca e salgada com azeite, limão e brotos orgânicos (R$ 44,00) são servidas com torradas artesanais. Criação do cardápio temático em homenagem aos trabalhadores de cozinha que vieram do Ceará, o baião de cabrito e feijões garimpados na Feira de São Cristóvão (R$ 39,00) ganhou lugar fixo no menu. Da seção de clássicos, chamada de tombados, o risoto de queijo grana padano com presunto cru crocante e folhas de mostarda (R$ 76,00) é um hit. Na sobremesa, a torta de maçã (R$ 29,00) continua firme e forte entre as doçuras do ano inteiro. Espaço logo na entrada, o Bubble Bar tem balcão espaçoso, onde são servidos os pratos do cardápio, além de vinhos e espumantes.
Brigite’s: Um dos espaços mais bonitos da Rua Dias Ferreira, o bistrô tem nome francês e comida de inspiração italiana. À frente da cozinha, Kiko Faria (ex-Quadrifoglio) agrada com seu menu autoral, servido nas mesas e no balcão do bar. Vieiras alla griglia (R$ 35,00) com aspargos, caviar negro e molho de laranja são um bom abre-alas, assim como a salada de rúcula, queijo de cabra frescal, vagem francesa, ovo de codorna e figo seco ao molho balsâmico (R$ 36,00). Criação mais recente, o nhoque de batata-baroa com lagostins e crocante de castanhas (R$ 81,00) ganhou lugar no menu fixo a pedidos. Agora divide atenção com clássicos locais como o polvo grelhado acompanhado de batata sautée, vinagrete e bacon crocante (R$ 116,00). Entre as sobremesas, o suflê de chocolate e avelã escoltado por sorvete de creme (R$ 24,00) vale os minutos a mais de espera. Em tempo: a casa não abre mais para almoço durante a semana.
+ Os melhores restaurantes peruanos
Cariocally: No térreo do hotel Yoo2, projeto do escritório do designer francês Philippe Starck, o salão divide-se entre a parte interna, de decoração sóbria, e uma espécie de jardim de inverno, com paredes vivas e mosaicos de ladrilho hidráulico. Criado pelo chef gaúcho e consultor Marcelo Schambeck, o cardápio reúne receitas criativas de sotaque brasileiro. De segunda a sexta, no almoço, há bufê (R$ 49,00 por pessoa) de pratos quentes e frios, além de sobremesas — sexta é dia de feijoada. No jantar durante a semana e em qualquer horário aos sábados, o menu à la carte exibe receitas criativas, como os bolinhos de moranga com carne-seca e vinagrete de feijão-fradinho (R$ 28,00, duas unidades), sugestão de entrada. Para o prato principal, fazem sucesso o nhoque de batatas com vieiras e tomates confit (R$ 59,00) e o filé-mignon ao chimichurri, guarnecido de purê de berinjela queimada e brócolis na manteiga (R$ 58,00). A dica doce é o bolo de castanha-do-pará com creme de chocolate, sorvete de castanha e crocante (R$ 21,00).
Depósito Gourmet: Endereço de decoração elegante, o misto de loja de bebidas e restaurante exibe adega com mais de 800 rótulos de vinhos, além de destilados e cervejas especiais. Um bom início à mesa pode ser a salada de queijo de cabra crocante com mix de folhas, figo assado e redução de balsâmico (R$ 48,00). Na sequência, há deliciosas sugestões, a exemplo do nhoque de ragu de pato (R$ 68,00), do risoto de polvo com arroz negro (R$ 92,00) e do stinco de cordeiro braseado (cozido em fogo baixo) por doze horas no vinho cabernet sauvignon, com legumes grelhados e servido no próprio molho (R$ 149,00). Encerre com chave de ouro pedindo a terrine de chocolate (R$ 26,00), barra cremosa do tipo meio amargo com Ovomaltine, creme de leite fresco batido com baunilha e calda de caramelo.
Eça: Um craque da sobremesa, o chef belga Frédéric De Maeyer já teve seus doces premiados por três vezes no especial COMER & BEBER. O fato, no entanto, é que todo o percurso do almoço servido no subsolo da joalheria H. Stern goza de ótima fama. Dica para começar, o tartare de atum mediterrâneo (R$ 36,00) anima pelo frescor. Entre as oito pedidas fixas principais, o risoto de polvo ao pesto e cítricos (R$ 78,00), coroado por presunto cru crocante, é um afago no estômago. Opção mais em conta, e leve, o ravióli de mussarela de búfala com molho de azeite extra-virgem, amêndoas e passas custa R$ 69,00. No capítulo final, anunciado no menu com citação ao escritor Eça de Queirós (“A vida não é possível sem um bocado de pitoresco depois do almoço”), o suflê quente de chocolate com sorvete de fior di latte (R$ 29,00) é um preparo desafiador. O formato de menu executivo, com entrada e prato principal, custa R$ 95,00 — o curso completo de três etapas sai a R$ 122,00.
+ Os melhores restaurantes de peixe e frutos do mar
Fazenda Culinária: Anunciado por mais de um ano como o retorno da prestigiada chef Flávia Quaresma às panelas, o restaurante do Museu do Amanhã foi inaugurado em fevereiro, mas sem a mestre-cuca na cozinha — desentendimentos no projeto levaram à sua saída da sociedade às vésperas da abertura. Sob a batuta da restauratrice Vera Saboya, a casa segue seu curso com cardápio de João Diamante, o atual chef. Entrada atraente, a salada da terra (R$ 28,00) reúne vinagrete de frutas vermelhas, folhas, brotos, beterraba, castanha-de-caju e chips de batata-baroa. Na sequência, há sugestões como o filé-mignon de porco com purê de maçã verde e vagem francesa (R$ 55,00) e o galeto assado no rolete, macio e úmido, acompanhado de farofa crocante, batata com alecrim e vinagrete com manga (R$ 49,00, individual; R$ 79,00, para dois). Dica doce, o mud cake (R$ 23,00), bolo de chocolate molhado servido com creme inglês, foi resgatado do caderno de receitas do extinto Ateliê Culinário, fundado por Vera, que fez sucesso nos anos 90. O salão envidraçado diante da Baía de Guanabara é um convite para aquele almoço sem pressa.
Irajá Gastrô: Primeira casa própria do chef Pedro de Artagão, hoje é o endereço mais sofisticado do grupo Irajá, que inclui outros três empreendimentos e um bufê. O clima aconchegante do imóvel tombado da década de 30 espalha-se pela antessala, com poltronas e sofás, e salão principal nos fundos, com parede viva. Artagão atua como chef executivo, mas o cardápio é construído a seis mãos, junto aos chefs Ignácio Peixoto e Isabel Crozera. Entre as atrações da coleção atual estão o lagostim com caldinho de feijão (R$ 46,00), a torrada de tutano, polvo e picles (R$ 38,00) e a cavaquinha com banana, palmito e maracujá (R$ 88,00). O menu oferece fórmulas de três (R$ 140,00), cinco (R$ 182,00) ou oito etapas (R$ 212,00). Fãs do bolo quente de brigadeiro, o doce famoso cuja receita visa o compartilhamento entre as pessoas da mesa, encontram o pedido à la carte (R$ 32,00), tanto no almoço quanto no jantar.
Transformar um canto frio na varanda do Planetário em espaço aconchegante é um dos méritos do misto de bistrô e bar. O ambiente se vale de madeira, no piso, no biombo e nas mesas, além de sucata. Antigas hélices de navio fazem referência ao nome da casa, inspirado no clássico E la Nave Va, do cineasta Federico Fellini. Chef e sócio, Daniel Pinho criou um cardápio versátil. Na entrada, há batatas bravas com maionese artesanal de alho assado e páprica (R$ 28,00) e steak tartare glouton (R$ 42,00), servido com queijo tulha (espécie de parmesão nacional) e castanha-do-pará com torradas de focaccia. Na etapa principal, o prato que reúne tentáculos de polvo sobre creme de aipim, ladeados por farofa de castanha, tomatinhos confit e poeira de presunto cru, custa R$ 82,00. Durante a semana, o menu executivo do almoço leva à mesa entrada, prato e sobremesa por R$ 46,00. Aos sábados, um bufê de feijoada exibe guarnições tradicionais (R$ 79,00 por pessoa) a partir das 13h.
Lasai: Durante cinco anos, o carioca Rafael Costa e Silva trabalhou no restaurante espanhol Mugaritz, duas-estrelas no Guia Michelin, onde foi braço-direito do titular Andoni Luis Aduriz. Em 2013, decidiu voltar para sua cidade natal e abrir o próprio negócio. A decisão não poderia ter sido mais acertada. Apoiado por um serviço bem orquestrado, o mestre-cuca exercita uma culinária arrojada, em sintonia com as tendências gastronômicas mais atuais, que fizeram sua casa ir parar no 76º lugar do ranking dos melhores do mundo, segundo a revista inglesa Restaurant. Costa e Silva mantém duas hortas, uma no Itanhangá, usada exclusivamente para cultivar batata (cerca de dez tipos), e a outra na Serra, onde planta legumes raros por aqui. Não à toa, são os vegetais que brilham em sua cozinha. A etapa de snacks (foto ao lado) leva à mesa receitas como couve-flor roxa com missô e crocante de dashi (caldo de peixe seco); aipim com requeijão de agrião; couve-nabiça (espécie asiática), beterraba e mandioca. Adiante, a barriga de porco pode vir com abóbora, castanha-de-caju e folha de mostarda crocante. Pode, porque o menu vai depender da colheita do dia, do mercado, da maré… Sem pedidas à la carte, o comensal decide entre dois menus: R$ 295,00 (entrada, prato e sobremesa) e R$ 345,00 (uma sequência de pelo menos catorze etapas montada pelo chef).
Lilia: Tendência global no ramo de restaurantes, os negócios com investimento otimizado, menos pompa, mas sem descuidar da qualidade, estão encontrando eco por aqui nas mãos de jovens chefs. Eles apostam em modelo de ambientes simples, porém cheios de personalidade. Em imóveis fora das áreas saturadas, propõem uma comida criativa a preço acessível. Egresso do Zazá Bistrô, com passagens por São Paulo e Londres, o carioca Lucio Vieira inaugurou, em janeiro de 2017, este pequeno achado na Lapa. O salão charmoso do antigo casarão abre apenas para almoço, com fórmula de couvert, entrada, prato e sobremesa a R$ 50,00. As receitas mudam diariamente e são, por vezes, surpreendentes — o cardápio é divulgado diariamente na conta da casa no Facebook. Sem economizar em vegetais e pancs (plantas alimentícias não convencionais), outra tendência, Vieira oferece sempre três opções de cada etapa, incluindo dicas vegetarianas, peixe na brasa e carnes de longo cozimento. Para beber, há sempre um bom suco do dia, servido a R$ 12,00.
Massa: Pedro Siqueira anunciou a intenção de inaugurar a casa de massas brasileiras oito meses depois de abrir o Puro, restaurante que deu visibilidade ao seu trabalho — e pelo qual foi eleito o chef revelação de COMER & BEBER em 2016. Em 2017, também criou a pizzaria Ella. Com a multiplicação das frentes, no Leblon ele atua como chef executivo: a cozinha é comandada pelo chef Lucas Lemos. No cardápio, o pastelini recheado de ricota de búfala, minitomates doces, castanhas e manjericão (R$ 65,00) é pedida mais leve. O polvo crocante com nhoque de espinafre em molho à bolonhesa de porco (R$ 79,00) conquista por entregar o que promete no nome, com sabor marcante. Para começar, pães de fermentação natural encontram boa companhia no trio de antepastos à escolha (R$ 39,00). Sugestão de sobremesa, o pudim de leite cru, farofa doce e raspas de laranja com flor de sal (R$ 21,00) é divino. De segunda a sexta, na hora do almoço, um menu convidativo dá direito a pão, entrada, prato, sobremesa e café por R$ 49,00.
+ Os melhores restaurantes de cozinha variada
Miam Miam: Um improvável ponto de Botafogo foi a aposta de Roberta Ciasca, Danni Camilo e Steph Quinquis para a instalação do ponto. O negócio de comida autoral, rico em temperos, aromas e referências, decolou e incentivou o trio a investir em outros projetos: o Oui Oui, a sanduicheria Petit e o extinto Mira!. Ciasca é a chef executiva e mentora de receitas definidas pelo que se convencionou chamar de comfort food. Novas pedidas aparecem conforme a estação. O inverno, por exemplo, trouxe o chili vegetariano de feijão-manteiga com queijo de cabra e salsa fresca, enrolado na folha de couve, acompanhado de três molhos e lascas de tortilha (R$ 54,80). Na seara dos clássicos, o arroz de porco (R$ 58,50), com lascas de pernil assado, especiarias e abacaxi caramelado, é de arrancar suspiros. Da cozinha, no dia a dia aos cuidados da chef Ellen Gonzalez, chegam ainda delicadas bavaroises de doce de leite, de consistência interna cremosa e exterior firme, com crumble de gengibre e peras confitadas (R$ 24,90). No almoço vigora o serviço de bufê com saladas à vontade (R$ 45,00; R$ 49,00 se combinado com uma proteína).
Olympe: Em 2017, a casa entrou na lista do 100 melhores restaurantes do mundo, segundo a revista The Restaurant. Na imóvel de tijolinhos, Claude Troisgros agora só passa para dar pitacos. A assinatura do menu é do chef Thomas Troisgros, filho do mestre-cuca francês. A transição, feita em 2016, trouxe mais influências brasileiras, esmaecendo o rótulo de “francês”. Contemporâneo seria a definição mais precisa, reforçada pela extinção do sistema à la carte. Há várias opções de menu degustação. No criação (R$ 330,00), Thomas sugere três pratos e sobremesa. O menu confiance pode ter cinco (R$ 390,00 ou R$ 590,00, com harmonização) e sete cursos (R$ 450,00 ou R$ 650,00). Há ainda um serviço vegetariano (R$ 390,00). As sugestões mudam sempre. Nos últimos tempos, sobressaíram, entre outros, o mexilhão com aipim, kimchi, quiabo fermentado e espuma de vinho branco; a inusitada língua bovina com duas texturas, ladeada por babaganuche de jiló agridoce e couve-flor tostada; e a delicada vieira morna servida sobre sedoso purê de cará com coco, ao molho de tucupi com caviar. No almoço de terça a sexta, o menu executivo oferece entrada e prato principal por R$ 150,00.
Oro: No Leblon, após a primeira encarnação no Jardim Botânico, a casa rendeu a Felipe Bronze nova vitória, a quinta, na categoria Chef do Ano, neste COMER & BEBER, e recuperou a estrela perdida na edição brasileira do Guia Michelin. Maduro, Bronze, trocou o excesso de pirotecnia por práticas mais rudimentares, além da brasa no centro das atenções. No menu lançado em julho, intitulado Rio de Janeiro — Brasil e Portugal, é mantido o conceito de snacks, para comer com as mãos. São dois os caminhos: afetividade (R$ 295,00 ou R$ 415,00, com harmonização da sommelière Cecilia Aldaz), todo para comer sem talheres e com um doce no final, e o criatividade (R$ 345,00 ou R$ 495,00 se harmonizado), que inclui o único prato principal: costela com farofa de banana, arroz, ovo e mandioca frita. A seção “com as mãos” elenca dezoito opções, a exemplo da ostra com caldo verde. Delícias com batatas também chamam a atenção. É o caso da batata-doce laranja com bottarga tostada e laranja, além da batata-roxa com castanha portuguesa. Depois das sobremesas, as chamadas gostosuras do final trazem petit-fours, como o brigadeiro Oro (famoso e irresistível), marshmallow de paçoca e toucinho do céu. Quinzenalmente, aos sábados, entra em cena o family meal (ou refeição em família), com versões de receitas caseiras, tais como lasanha e frango na brasa (a partir de R$ 95,00).
Oui Oui: Quando a chef Roberta Ciasca chegou no endereço, a Rua Conde de Irajá ainda não era o polo gastronômico que se vê hoje. Com Danni Camilo e Steph Quinquis, seus sócios no Miam Miam, ela serve pratos para compartilhar, em pequenas porções, sem distinção entre entrada e prato principal. Nos dois salões, um de estilo art déco, o outro decorado à moda colorida dos anos 70, são oferecidas receitas como o risoto de pato com azeitonas verdes e farofa de paio (R$ 54,00) e o creme brûlé salgado de queijo grana padano (R$ 44,00). Sugestões surgem de acordo com a safra e a criatividade da cozinheira. Os bolinhos de arroz negro com dois tipos de aïoli, verde e amarelo (R$ 38,00), e os croquetes de costelinha, abacaxi e brotos (R$ 36,00), ambos em porções de quatro unidades, fazem merecido sucesso. As sobremesas vêm em trios, com o mesmo ingrediente-base. Uma versão de coco (R$ 24,00) reúne pudim, tapioca com doce de leite e cocada. Em tempo: a casa só abre para almoço no primeiro domingo do mês.
Pax Delícia: Há cinco anos na área gastronômica do Complexo Lagoon, é uma das bem-sucedidas empreitadas do restaurateur Roberto Maciel, também à frente do Chez L’Ami Martin e do Victoria, além da rede de cozinha rápida Emporium Pax. Na Lagoa, o ceviche de salmão com coentro, cebola-roxa e pimenta-biquinho (R$ 44,00) e os camarões crocantes com molhos teriyaki e agridoce (R$ 55,00) são apetitosas sugestões de entrada. A seguir, o ravióli recheado de mussarela de búfala ao molho de tomate e manjericão (R$ 54,00) destaca-se pelo frescor dos ingredientes. Clássico local, o paillard de frango recheado de purê de maçã (R$ 55,00) é servido com molho curry, amêndoas e mix de folhas temperadas. Há ainda pratos de inspiração japonesa, a exemplo do yakissoba de shiitake (58,00), e menu de pizzas a partir das 17h. Na seção doce, o petit-gâteau de chocolate com calda de frutas vermelhas e sorvete de creme (R$ 23,00) é boa pedida. A propósito: a casa tem uma filial de perfil executivo dentro do Riocentro.
+ Os melhores restaurantes alemães
Pipo
A casa de perfil casual do chef Felipe Bronze, que funcionou entre 2013 e 2015 no Leblon, reabriu no Fashion Mall com menu mais atraente. O cozinheiro-empresário, eleito chef do ano no COMER & BEBER, é encontrado vez por outra soltando pratos na bancada, mas é Rodrigo Guimarães, seu braço-direito, quem comanda o serviço. O cardápio lista receitas para dividir. Minissanduíches são oferecidos em duplas, a exemplo do cupinizeira (R$ 32,00), feito de cupim na brasa, maionese togarashi, vinagrete biquinho e rúcula. Outro acerto, as coxinhas de frango com espuma de catupiry defumado e pitadas de sal grosso ganham porção de quatro unidades (R$ 25,00). Os dois preparos são ideias originais de Gabriel Coelho, um dos participantes do programa The Taste Brasil que Bronze convocou para trabalhar com ele. Outro, o chef confeiteiro Henrique Rossanelli, é o autor de um consistente pudim de leite (R$ 29,00) sem nenhum dos típicos furinhos. Uma dica mais robusta no cardápio traz fusilli com bolonhesa de polvo e chorizo espanhol (R$ 59,00).
Puro: O endereço que deu a Pedro Siqueira o título de chef revelação do COMER & BEBER 2016 funciona em belo imóvel de três andares decorado com cores neutras, luminárias de madeira, piso de tábua de bambu prensado e cadeiras do designer Fernando Jaeger. Com menu baseado no conceito de cozinha de mercado, a casa ganhou 2 votos do júri. O uso criterioso de ingredientes frescos e produtores locais resulta em receitas como o timo na brasa com brotos e rúcula, crocante de milho e aïoli de chimarrão (R$ 31,00), uma entrada mais recente. Na ala principal, o filé-mignon curado guarnecido de batata-doce assada com tomilho e pirão de queijo (R$ 77,00) é um sucesso desde a inauguração. Na sobremesa, peça o bolo de coco gelado com creme de baunilha do Cerrado e crocante de cuca (R$ 25,00). O almoço traz menu completo do dia (R$ 49,00), que inclui pão, além da entrada, e café depois da sobremesa.
Quadrucci: Cozinheiro de mão-cheia, Ronaldo Canha controlas as panelas da casa de varanda disputada há seis anos. Neste tempo, virou sócio. Ele experimenta novidades no verão e no inverno, inspirado por ingredientes sazonais. Vem daí a deliciosa sopa de abóbora japonesa com fonduta de queijo tulha artesanal (R$ 37,00). Para dividir, peça o antepasto misto (R$ 49,00), mix de legumes assados em azeite e ervas, seleção de charcutaria artesanal, mussarela de búfala e brie empanado com geleia de pimentão. Prato principal, o generoso pernil de cordeiro baby, inteiro e com osso, ganha guarnição de cuscuz de couve-flor com damasco, amêndoas, alcaparras e hortelã (R$ 155,00, para dois). Um novato entre as doçuras é o canoli recheado de mascarpone de limão-siciliano, abacaxi brulé e coulis de maracujá (R$ 29,00). Novidade de 2017, o jovem bartender Roberto Torres entrou em ação para cuidar da carta de clássicos e coquetéis autorais.
Quitéria: Com a saída do chef argentino Christian Garcia, a equipe treinada por ele ficou responsável por manter o padrão na cozinha. O elegante salão projetado pela arquiteta Bel Lobo tem móveis do designer carioca Sergio Rodrigues (1927-2014). Por lá, figuram receitas como lombo de atum, gaspacho de tomate com acerola e pó de azeitonas pretas (R$ 41,00), sugestão de entrada. Adiante, os pratos principais são divididos entre massas e arroz, água ou terra. Representante da última ala, a barriga de leitão braseada chega à mesa escoltada por creme de milho e molho doce de shoyu (R$ 78,00). Na sobremesa, aposte no tiramisu tropical (R$ 23,00), mistura de coulis de manga e maracujá a uma base de café e cacau. Degustações em cinco (R$ 165,00) ou sete etapas (R$ 195,00) continuam disponíveis para os interessados em conhecer melhor o cardápio. A carta de drinques é da especialista Sandra Mendes. No térreo do hotel, o serviço de café da manhã dos hóspedes é aberto à clientela em geral.
Restô
Com localização privilegiada, entre a Praça Nossa Senhora da Paz e a Lagoa, o ponto é comandado pelo sócio e chef Tande Bittencourt. O cozinheiro mistura técnicas aprendidas na prestigiada Le Cordon Bleu, em Paris, a ingredientes brasileiros. Sugestão de entrada para dividir, o às dos champignons (R$ 30,00, quatro unidades) tem cogumelos recheados de linguiça artesanal e gorgonzola, regados por mel picante. Tanto no salão interno quanto no deque, ocupado por mesas leves e cadeiras coloridas, são servidos pratos como o penne aos frutos do mar (R$ 60,00), com camarões, lula e polvo em bisque de camarão, e a popular costeleta jenga (R$ 56,000) acompanhada de quinoa, vagem francesa, espinafre, pimentão vermelho, abóbora e shoyu com molho de hortelã. Para adoçar, profiteroles de Nutella com sorvete de baunilha, calda de chocolate e chantili (R$ 23,00). Fique de olho: o bar oferece boa variedade de drinques, individuais e em jarras, além de carta de vinhos caprichada.
Riso Bistrô: Talentoso e sem medo de colocar a mão na massa, João Paulo Frankenfeld promove constantes mudanças no menu. Neste COMER & BEBER, ele ganhou 1 voto na categoria Chef Revelação. Com a experiência adquirida em restaurantes do calibre do Guy Savoy, em Paris, e do Gordon Ramsay au Trianon, no Palácio de Versailles, Frankenfeld exibe criações como o clássico steak tartare (R$ 39,00), que ganha bossa extra com gotas de purê de alho. Outra entrada é o queijo brie recheado de salsa tartufada com torradas feitas na casa (R$ 39,00). Receita testada em menu oferecido de forma sazonal, o prato de lascas de bacalhau com espuma de cozimento do bacalhau e purê de couve-flor defumado (R$ 83,00) entrou de vez no cardápio. O pedido é guarnecido de inusitado ratatouille de berinjela, tomate, abobrinha e pimentão vermelho que adiciona acidez ao pedido. Dica doce: musse de chocolate belga com flor de sal e creme inglês de baunilha (R$ 25,00).
+ Os melhores restaurantes vegetarianos
Sá: Sob o comando do chef Paulo Góes, o salão no hotel Miramar by Windsor é referência de boa mesa em Copacabana. O jovem cozinheiro firmou-se no posto depois de passar por cozinhas estreladas do Brasil (D.O.M. e Olympe, entre outros) e do mundo (como o espanhol Mugaritz). Além de cuidar do café da manhã e do serviço de quarto, Góes serve receitas de sabor marcante, a exemplo do carpaccio de entrecôte com cogumelos laminados, pipoca de alcaparra e creme de burrata (R$ 55,00). A aposta em vegetais coloridos, para começara conquistar pela visão, revela-se acertada na salada com camarões, palmito, aspargos, laranja e castanha-de-caju (R$ 51,00). Na criativa coleção 2017, o lombo de cordeiro em crosta de queijo de cabra é acompanhado de purê de beterraba, figos assados e batata glaçada (R$ 82,00). Em tempo: o brunch, de volta à programação da casa, ganha bufê aos domingos (12h30/17h; R$ 170,00 + serviço).
Zazá Bistrô Tropical: O jovem chef Rodrigo Tristão completou um ano na cozinha da restauratrice Zaza Piereck. No coração de Ipanema, o espaço, decorado com fofurices garimpadas pelo mundo e lâmpadas coloridas na varanda, oferece pratos de influência asiática e ingredientes frescos. Um bom começo passa pelo sashimi de atum com palha de pupunha, musse de wasabi e azeite de pimenta (R$ 49,00). Prato de sucesso, o shishbarak voltou ao menu repaginado por Tristão: lascas de cordeiro braseado com especiarias recheiam o raviolone, acompanhado de purê de baroa trufado, espinafre fresco e molho de iogurte, hortelã e amêndoas (R$ 85,00). Para finalizar, a salada de frutas com calda de capim-santo, sorbet de graviola e gengibre cristalizado (R$ 29,00) é tão querida pelos clientes que costuma entrar no almoço afetivo das sextas-feiras (R$ 49,00, três cursos).
Zuka: Comemorações dos quinze anos da casa, fenômeno de público na Rua Dias Ferreira, trouxeram clássicos de volta ao cardápio. É o caso do polvo grelhado acompanhado de batata sautée com vinagrete e bacon crocante (R$ 116,00). Nas criações da chef e sócia Ludmilla Soeiro — lembrada pelo júri de COMER & BEBER como uma das melhores do ano —, o gosto de brasa é marca registrada. Uma dica mais recente é o pargo em umami com mix de cogumelos, ervilha torta e maçã verde (R$ 99,00). No quadro onde se anunciam as sugestões do dia, algumas receitas ganham destaque. O filé-mignon no carvão com nhoque de batata-baroa, gorgonzola, peras carameladas e pangratatto, espécie de farinha de pão (R$ 98,00), é um dos preferidos da cozinheira. Na sobremesa, o brigadeiro com biscoito maria (R$ 18,00) é quase obrigatório. Curiosidade: o Zuka foi fundado por Ana Carolina Gayoso, Marina Hirsch e Bia Stewart, o trio também à frente dos vizinhos Sushi Leblon e Brigite’s.