Chef Flávia Quaresma sobre crise: “A palavra é resistir”

A renomada cozinheira participou de uma live com VEJA Rio e disse que o futuro da gastronomia está na simplicidade

Por Bruna Motta
Atualizado em 19 out 2020, 15h02 - Publicado em 28 ago 2020, 11h43
quaresma
Flávia Quaresma: chef vai ensinar um risoto na abertura do evento em Jacarepaguá (Alexander Landau/Divulgação)
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A chef Flavia Quaresma participou, nesta quinta (27), do bate-papo promovido pelo Festival Banho-Maria, que apresenta diariamente, no Instagram de VEJA Rio, receitas de chef estrelados.

Durante o papo com a editora-chefe da revista Fernanda Thedim, a convidada refletiu sobre os rumos da gastronomia pós-pandemia. “Vamos precisar rever absolutamente tudo”, diz ela. Abaixo, confira trechos da conversa:

Crise

“O fechamento de restaurantes clássicos faz a gastronomia carioca perder a identidade. A alimentação forma uma cultura. O governo, que deveria ser o nosso maior sócio, não se sensibiliza. Fechar uma casa não significa só deixar de pagar o salário dos funcionários daquele estabelecimento. Existe toda uma cadeia envolvida, desde pequenos produtores até indústrias”

Volta por cima

“Não é hora de criar pratos mirabolantes. A tendência é voltar as atenções para os nossos produtos, nossas raízes. A palavra é resistir. Todos viram como a gastronomia é relevante no dia a dia, e essa relação não vai se perder. A comida foi uma muletinha para seguir adiante nessa pandemia. E vai ser depois também”.

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Adaptação dos restaurantes

“Por uma questão de sobrevivência, os restaurantes não vão conseguir manter toda aquela coreografia… Muitos vão ter que enxugar a folha de pagamento. A revisão não é só na gastronomia, mas em todas as áreas”.

Slow food

“É a vez dos orgânicos. A simplicidade é o que mais chama atenção dos clientes hoje. Com certeza a alimentação saudável veio para ficar na gastronomia e sobrevive quem é de verdade, não quem conta ‘historinha’”.

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Alta gastronomia

“A alta gastronomia já vinha passando por muitas mudanças de uns anos para cá. É normal, porque precisamos mudar as coisas com o tempo. Acredito que o modelo de serviço com muitos pratos não deve mais ser o foco dos restaurantes. Qualquer chef tem seu valor, seja a dona de casa ou alguém que lidera uma grande cozinha”.

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