O que experimentar no Hatch, novo japonês de requinte em Botafogo
O restaurante, que ganhará em breve a vista da Baía de Guanabara, traz o DNA do Naga, da família Nagayama, com receitas próprias e preços atraentes
O sobrenome atesta, de fato, a qualidade do novo restaurante japonês que merece a visita no 5ª piso do Botafogo Praia Shopping, centro comercial que se remodela e sobe alguns degraus na direção do requinte. O Hatch traz a assinatura do empresário Marcel Nagayama, terceira geração da família criadora, em São Paulo, do sofisticado Naga, que há dez anos se posiciona como um dos melhores e mais caros do gênero em seu endereço carioca do Village Mall.
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A nova casa, porém, encontra o equilíbrio não apenas no cardápio, entre aquilo que pede tradição e o que merece a modernidade – uma característica dos bons japoneses mundo afora -, mas na relação entre a qualidade e o preço. O DNA Nagayama promete e realiza uma experiência superior, mantendo cifras atraentes. A começar pela possibilidade de se beber uma taça de vinho a R$ 20,00, e saquê japonês a R$ 25,00, brindes certamente democráticos.
O ambiente ainda não ganhou seu “prato principal”, na forma de uma senhora vista aberta para a enseada de Botafogo e a Baía de Guanabara, que vai chegar dentro de poucos meses, quando o shopping terminar a ampla reforma em curso na fachada. Mas o salão comprido com longo sofá (e uma tomada carregadora de celular disponível para cada mesa), entre galhos secos e pedras nas paredes, sugere harmonia, com a cozinha toda aberta por trás dos sushimen que trabalham no balcão.
Mas vamos ao que se provou, na degustação comandada pelo próprio Marcel, sobre o cardápio assinado pelos chefs Thiago Maeda e Marcelo Shinohara. No início, o shake nuta (salmão) e o maguro nuta (atum), ambos a R$ 35,00, trouxeram fatias seladas dos peixes com pingo de gema curada na extremidade, e molho adocicado de missô no centro de cada peça.
E os guiozas robustos (R$ 35, cinco unidades) exibem o charme de uma “telha” crocante de massa por cima, para se comer de preferência com as mãos, em recheios de cogumelos, ou suíno com copa lombo e nirá. As tsukemono (R$ 15,00, cada cumbuca) valem a atenção do freguês, e que abram-se os paladares às conservas caseiras de tradição nipônica, variando em sabores como beterraba, broto de bambu e gengibre.
A noite seguiu com o excelente usuzukuri de piraúna (R$ 45,00, em 12 cortes), em corte perfeito, regado em ácido e fresco molho ponzu, e temperado à moda “secreta” da casa. No meio do percurso, o chef Shinohara compareceu à mesa para trazer fatias de sashimi de buri fresquíssimo e bem apresentado (R$ 17,00, três unidades), exemplo de produtos da pesca de arpão que chegam periodicamente à cozinha.
Presentes em duplas ou séries, vieram peças destacadas como o salmão maçaricado com gema de codorna e molho de trufas feito na casa; o roll de camarão crocante e robusto com salmão por fora; e o imperdível sushi de lula em corte que faz o molusco “derreter” na boca, levando toque da erva shiso. No cardápio, há opções de combinados como o misto (R$ 169,00, 30 peças), especial para duas pessoas com 12 sashimis, 6 sushis, 8 rolls e 4 bateras.
O menu executivo oferece opções como a fórmula de R$ 79,00, que inclui uma salada, um tataki de salmão, e um combinado de 12 peças variadas como hot roll, batera de salmão e uramaki spicy.
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Já falamos que o shopping vertical de Botafogo passa por uma guinada na gastronomia, certo? Além do Hatch, aportaram nos últimos meses casas como a Mamma Jamma e a Ogro Steaks, de Jimmy McManis, além do concorrido terraço onde o Brewteco serve sua vasta coleção de cervejas e petiscos. Muito além da praça de alimentação.