Com sotaque diferente

Apostando na culinária do Sudeste Asiático, o Copacabana Palace investe 3,5 milhões de reais em seu novo restaurante

Por Fabio Codeço
Atualizado em 5 dez 2016, 13h52 - Publicado em 5 fev 2014, 16h41
Fernando Lemos
Fernando Lemos (Redação Veja rio/)
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Símbolo de luxo e sofisticação, o Copa é também um dos principais templos da alta gastronomia na cidade: o Cipriani, fundado pelo chef Francesco Carli em 1994, está entre as maiores referências de culinária italiana no Rio. A partir do dia 17, porém, o estabelecimento ganhará um forte concorrente dentro do próprio hotel. Ao custo de 3,5 milhões de reais, um restaurante com especialidades do Sudeste Asiático será aberto no lugar do extinto Bar do Copa. Autoridade no assunto, o mestre-cuca Ken Hom será o responsável pelo cardápio do Mee, que significa “beleza” em coreano. Filho de chineses, nascido no Arizona, Estados Unidos, o cozinheiro de 65 anos é uma espécie de celebridade das woks (panelas típicas daquele continente). Famoso pelos programas que apresenta na rede BBC de Londres e autor de mais de trinta livros, que já tiveram 3 milhões de exemplares vendidos em treze idiomas, ele mantém residências em Paris e Bangcoc, mas tem uma relação antiga com o Rio. Amigo de Claude Troisgros desde a década de 80, quando se conheceram em Nova York, Hom passa férias por aqui há catorze anos. Vem sempre no verão e se hospeda, invariavelmente, no Copa. Numa dessas visitas, em janeiro de 2013, conheceu Eduardo Bressane. Durante uma conversa, o diretor de alimentos e bebidas do Copa revelou que queria abrir no hotel uma filial do Nobu ou do Zuma, dois dos mais prestigiados endereços de cozinha oriental do mundo. Foi quando ouviu de Hom: “Por que não montamos algo juntos?”.

Proposta aceita, o restaurante abre em duas semanas com projeto do arquiteto Carlos Boeschenstein, o mesmo da casa de shows Miranda. A decoração remete, claro, a uma estética asiática. Tem paredes de tom terracota, cadeiras de couro sintético claro, detalhes de madeira escura, esculturas de teto feitas de vidro e telas do pintor belga Christian Develter que retratam mulheres chinesas, compradas por 80?000 dólares. No que diz respeito à equipe, o hotel também não economizou: foram contratados alguns dos melhores profissionais do mercado. Além de Paulo Freitas, eleito o barman número 1 do Brasil, e da sommelière de saquês Yasmin Yonashiro, o chef paulistano Rafael Hidaka, que chefiou o Kinoshita, uma das mais premiadas casas orientais de São Paulo, ficará responsável pela cozinha no dia a dia. Antes de assumir o posto, ele passou quinze dias na Tailândia, numa espécie de curso intensivo sobre a cultura local. Visitou mercados, jantou em restaurantes e aprendeu a preparar pratos criados por Hom, a exemplo do salmão cantonês no vapor e da barriga de porco, de pele bem crocante. “Quero mostrar aos cariocas a verdadeira culinária asiática, com o mínimo de interferências”, promete Hom, que esteve no Rio fazendo os testes finais do menu.

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