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Coronavírus: 10 fake news sobre a doença

VEJA RIO separou informações falsas vinculadas ao vírus na internet que podem confundir a população

Por Bruna Motta
Atualizado em 1 abr 2020, 16h46 - Publicado em 1 abr 2020, 14h03
Mulher usa máscara contra o coronavírus
Covid-19: aumento de 3 337 novos casos (Tumisu/Pixabay/Divulgação)
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É mentira que o vírus não é transmitido em locais com temperatura acima de 20ºC. Veja essa e outras informaç��es incorretas sobre o vírus que estão circulando na web.

Aproveitando o Dia da Mentira, VEJA RIO reuniu dez #fakenews que estão circulando durante a pandemia:

1 – A ingestão de alimentos alcalinos combate o novo coronavírus:
Nesta mensagem que circula pelas redes sociais é dito que o pH do covid-19 varia entre 5,5 e 8,5 e aconselha a comer alimentos com pH superior. O pH é uma escala de 0 a 14 que mede a concentração de íons de hidrogênio, e serve para medir o grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma solução ou substância. Não é possível mudar o pH da sua garganta ou do seu pulmão (onde chega o vírus) pelo fato de a alimentação ser mais ácida ou mais básica. Os alimentos são processados no estômago, que tem pH muito ácido. Quando os nutrientes são absorvidos pelo sangue, o pH não é mais relevante.

2 – O café tem substâncias que combatem o coronavírus:
De acordo com o texto na internet, o médico chinês Li Wenliang, um dos primeiros a identificar o surto do covid-19, teria deixado arquivos que mostram que a bebida poderia afastar o vírus. Não existe qualquer bebida, alimento ou vitamina capaz de eliminar o novo vírus, seja na prevenção, seja no combate da Covid-19, alertam reiteradamente todas as autoridades de saúde

3 – Foto que mostra paciente curado do coronavírus após uso de medicamento:
Compartilham nas redes sociais a foto de um homem na cama de um hospital com uma legenda que diz ser ele um dos casos graves da doença e que ele foi curado após tomar medicamento de caráter experimental. A foto foi tirado em julho de 2019 e o homem que aparece na fotografia é o arquiteto e pintor Walter Hugo Balestra.

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Coronavírus: 10 fake news sobre a doença

4 – O vírus não é transmitido em locais com temperatura acima de 20ºC:
Esta ideia é atribuída a pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) por conta de um estudo feito por eles sobre o impacto da temperatura na transmissão do novo coronavírus. Mas isso nunca foi dito na pesquisa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que o vírus é, sim, transmitido em áreas mais quentes. “Segundo as evidências obtidas até agora, o vírus responsável pela Covid-19 pode ser transmitido em todas as áreas, incluindo áreas com clima quente e úmido”, diz a entidade

5 – Israel adotou o isolamento vertical
A mensagem inclusive reforça a ideia errônea que quanto mais jovens pegarem o vírus é melhor para criar imunidade. O país, na verdade, reforçou na semana passada as medidas de confinamento. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores de Israel falou: “”Está decidido que violar as proibições constituirá uma ofensa criminal. Infratores estarão sujeitos a multa administrativa. Os regulamentos fornecem à polícia a autoridade para fazer cumprir essas instruções”.

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6 – O início do surto de H1N1 no Brasil matou mais que o Covid-19
O pastor evangélico Silas Malafaia, que tem defendido as igrejas abertas, compartilhou em suas redes uma notícia falsa que em 2009, no surto de H1N1, teria tido 2 mil mortes a mais em comparação a Covid-19. Na tabela de comparação, ele usa o número de registros contabilizados até o dia 18 de março no Brasil. A questão é que os períodos de tempo não são comparáveis, já que o número de mortos apontado por ela pela H1N1 foi em dois anos da circulação da doença. Segundo o último balanço do Ministério da Saúde (de 25/3), são 2 433 contaminados pelo novo coronavírus no país. Já houve 57 mortes. Os dados se referem a um período menor que um mês. Em 30 dias de H1N1 em 2009, ou seja, um período inclusive maior, foram registrados 627 casos e apenas uma morte.

7 – Auto-hemoterapia cura o coronavírus
A auto-hemoterapia é um procedimento médico que retira sangue da veia do braço e aplica nas nádegas. Na internet, circula um vídeo em que um homem se diz curado do vírus após realizar o processo. A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular não reconhece do ponto de vista científico o procedimento da auto-hemoterapia e lembra que a resolução 1.499/98 do Conselho Federal de Medicina (CFM), em seu artigo 1º, “proíbe aos médicos a utilização de práticas terapêuticas não reconhecidas pela comunidade científica”. A ABHH afirma que não existe na literatura médica, tanto nacional quanto internacional, qualquer estudo com evidências científicas sobre o tema.

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8 – Ozonioterapia mata a Covid-19
A ozonioterapia é uma técnica antiga, porém, ainda considerada experimental pelo Conselho Federal de Medicina. Ela consiste no uso de uma mistura de ozônio e oxigênio para aumentar o fluxo sanguíneo. Não há evidências científicas que permitam seu uso médico no Brasil, de acordo com o conselho. Os internautas se depararam na web com a mensagem que diz que a terapia é “uma arma poderosa para combater o surto”. É fake.

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9 – Gargarejo com água morna, sal e vinagre elimina o vírus
Os internautas acharam na web uma mensagem falsa dizando que o coronavírus permanece na garganta quatro dias antes de chegar aos pulmões. A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e especialistas refutam a ideia

10 – Cientistas americanos criaram a vacina contra o coronavírus
Infelizmente, não existe em país algum até o momento qualquer tipo de vacina que combata o vírus.

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