Hospitais do Rio retomam cirurgias eletivas

Estimativa é que entre abril e maio não foram feitas 2 700 operações

Por Agência Brasil
7 jul 2020, 12h07
A imagem mostra um leito de UTI equipado para tratar doenças como a Covid-19
Internações: pacientes da rede estadual terão direito a visitas on-line (Pixabay/Reprodução)
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Após mais de três meses suspensas por causa da pandemia de covid-19, os hospitais do Rio de Janeiro começam a retomar as cirurgias eletivas, que são aquelas agendadas e sem urgência.

Na cidade do Rio, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) começou há dez dias a desmobilizar os leitos reservados para o tratamento de pacientes com covid-19 em hospitais gerais. Os hospitais de referência para a doença, Ronaldo Gazzola e Hospital de Campanha do Riocentro, não tiveram alteração, mantendo 180 e 400 leitos, respectivamente.

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A secretária de Saúde, Beatriz Busch, disse que foram devolvidos 122 leitos para a retomada das cirurgias de pacientes que aguardam em filas internas nos hospitais da rede.

“O nosso plano de contingência previu quatro ondas de abertura de leitos. Na quarta onda, nós previmos a conversão dos leitos cirúrgicos dos hospitais. Como as cirurgias eletivas pararam, acabamos convertendo 413 leitos de cirurgia para clínica médica. No dia 26 de junho devolvemos aos hospitais 122 leitos desses 413 convertidos”, argumentou.

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Segundo a secretaria, a estimativa é que entre abril e maio deste ano tenham deixado de ser feitas 2 700 cirurgias eletivas. Nos mesmos meses de 2019, o total foi de 2 728.

Informou também que o número de internações por covid-19 está caindo na cidade e não há fila de espera no sistema de regulação. Atualmente, a rede municipal tem 1 130 leitos exclusivos para pacientes com coronavírus, sendo 248 de UTI – Unidade de Terapia Intensiva. A taxa de ocupação desses leitos na rede SUS – Sistema Único de Saúde – está em 70% para UTI e em 36% nos leitos de enfermaria.

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Pandemia

Elaborado pela prefeitura, o plano de reabertura gradual da economia se baseia nos parâmetros de capacidade de resposta da rede de saúde, como a ocupação de leitos de UTI e no nível de transmissão da doença. Os dados das entidades científicas que monitoram a evolução da pandemia indicam que o estado passa por uma leve queda no contágio, mas ainda está alto.

O covidímetro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) indica que a taxa de propagação do vírus no estado ficou em 1.33 na semana epidemiológica 27, encerrada no sábado (4).

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Risco

O risco é considerado muito baixo se a taxa for menor do que 0,5 e baixo se ficar entre 0,5 e 1. Entre 0,9 e 1,2 o risco é moderado e é considerado alto entre 1,2 e 1,65. Se ficar entre 1,65 e 2, o risco é considerado muito alto e há indicação de lockdown (confinamento e fechamento de todo o comércio) se a taxa de reprodutibilidade da doença passar de 2.

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O pico de transmissibilidade no estado ocorreu no início de maio. No dia 9 daquele mês, o covidímetro marcava 2.25 para o estado e 2.15 para o município.

O monitoramento do sistema Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aponta que as internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no país continuam em níveis alarmantes.

Os dados mais atuais da semana epidemiológica 26, encerrada em 27 de junho, indicam atividade semanal muito alta, com indicadores tanto do número de casos como no de óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG – na zona de risco.

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No estado do Rio de Janeiro foram registrados 1.365 casos de SRAG na semana epidemiológica 26 de 2020, contra 80 na semana correspondente no ano passado. Segundo os dados do Infogripe, do total de casos de SRAG registrados este ano e que tiveram teste positivo para algum vírus respiratório, 95,5% deram SARS-CoV-2, o vírus que causa a covid-19. Entre os óbitos, os testes positivos para a doença chegam a 98,8%.

 

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