Andrew Parson quer Brasil em quinto no quadro de medalhas

Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro afirma que meta é possível e que a Rio 2016 irá inspirar outras pessoas que tem deficiência a praticar esportes

Por Pedro Moraes
Atualizado em 5 dez 2016, 11h06 - Publicado em 7 set 2016, 13h08
Andrew Parson
Andrew Parson (Washington Alves/MPIX/CPB/)
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A Paralimpíada Rio 2016 se inicia hoje, 7 de setembro, no Maracanã, com a Cerimônia de Abertura. O time brasileiro é uma potência e conquistou a marca de sétimo colocado no quadro de medalhas nos Jogos de Londres em 2012. Desta vez a ambição é superar duas colocações e para isso nossos atletas vêm treinando muito. VEJA RIO conversou com o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro Andrew Parson sobre o que esperar do evento para o futuro dos paratletas brasileiros. 

A receptividade dos brasileiros com a Olimpíada foi enorme. O sucesso trouxe um imediato interesse pela Paralimpíada, mas a procura está longe da ideal. Como é possível fazer o esporte paralímpico entrar de vez na agenda dos torcedores brasileiros?

Estamos falando de duas coisas diferentes neste ponto. Já era esperado que o sucesso dos Jogos Olímpicos ajudasse na venda de ingressos. Tem sido assim nos Jogos anteriores. Aqui a virada demorou um pouco mais do que o previsto, mas em uma semana foram vendidos mais um milhão de ingressos e passamos de 1,5 milhão. Com o fim das olimpíadas, também aumentou a visibilidade dos atletas brasileiros e os torcedores ficaram sabendo que o Brasil é muito forte, é vencedor. Sobre a segunda ponto é o que vários esportes que convivem com a monocultura do futebol no Brasil tentam responder. Acredito que a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos vai ajudar muito nessa questão. Nada como vivenciar e conhecer de perto a emoção de um esporte. O caminho é esse. Não será de um dia para o outro.

O COB não conseguiu atingir a meta de décimo lugar no quadro de medalhas. A meta do Comitê Paralímpico é o quinto lugar. Esta é uma meta muito ambiciosa? Como os atletas vem se preparando?

A nossa meta é ambiciosa, mas factível. No ano de 2009, junto com as federações e associações do Esporte Paralímpico, preparamos o planejamento até 2016. As metas até agora estão sendo alcançadas. Por duas vezes ficamos em primeiro nos Jogos Pan-Americanos e chegamos ao sétimo lugar em Londres, como queríamos. Chegamos ao Jogos do Rio sabendo que nunca os atletas tiveram uma preparação tão boa. Para chegar ao quinto lugar temos de superar países como Estados Unidos e Austrália, que ficaram em sexto e quinto em 2012. A Alemanha foi oitava. Brigamos com as maiores potências esportivas e econômicas do mundo, mas é possível.

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Muito se fala em legado no Rio. E para o esporte Paralímpico? O que ficará de legado para nossos atletas?

Um legado físico é muito tangível é o Centro de Treinamento Paralímpico, que já foi usado na preparação final da nossa delegação. É um CT de fazer cair o queixo de qualquer um. Não deixa nada a dever aos melhores do mundo. Além disso, tenho certeza de que o aumento de interesse em relação ao esporte paralímpico já vai gerar ganhos diretos aos atletas, novas possibilidades de patrocínio. Para o esporte paralímpico ainda tem o fator multiplicador. Quanto mais pessoas com deficiência verem outras pessoas como elas se transformando em ídolos ganham motivação no seu dia-a-dia. Mesmo que não seja para se tornar um atleta profissional, que seja para praticar um esporte, ganhando qualidade de vida, se incluindo na sociedade, brigando por seus direitos.

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A construção de ídolos olímpicos como o nadador Michael Phelps e o velocista Usain Bold é um elemento importante para a aproximação dos fãs e para criar o interesse dos patrocinadores. É mais difícil com os paratletas?

O esporte paralímpico é muito novo. A primeira competição para atentas com deficiência aconteceu apenas em 1948, com intuito de ajudar na reabilitação dos feridos na Segunda Guerra Mundial. Bolt e Phelpd são fenômenos que não surgem a toda hora, por isso são tão únicos. O crescimento tem sido rápido e hoje as Paralimpiadas já estão entre os três maiores eventos esportivos do mundo em termos de participantes e audiência global. Acredito que ainda tenhamos ídolos globais, talvez não com a relevância destes dois fenômenos.

O que o Comitê Paralímpico Brasileiro espera da Rio 2016 como evento?

Acreditamos que os Jogos serão um sucesso. As instalações estão espetaculares e nossos atletas muito bem preparados. Tenho confiança de que vamos conseguir atingir a nossa meta de ficar em quinto lugar. Não tenho dúvidas que o esporte paralímpico sairá dos Jogos do muito mais forte e vai inspirar as pessoas.

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