Carioca nota dez: Gustavo Debritz

O motorista Gustavo Debritz criou um projeto com aulas gratuitas de dança no Vidigal

Por Luna Vale
Atualizado em 5 dez 2016, 12h44 - Publicado em 17 set 2014, 18h23
felipe fittipaldi
felipe fittipaldi (Redação Veja rio/)
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O carioca Gustavo Debritz não esconde sua paixão pela Bahia, mais especificamente pela música e pela dança que vêm da terra natal de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Ivete Sangalo. Ele ainda era um jovem roqueiro de 18 anos, vestia-se de preto, tocava guitarra e fazia aula de kung fu quando se interessou pelo ritmo do estado nordestino e resolveu se arriscar como professor de dança. Hoje, dezessete anos depois, mostra a desenvoltura e o suingue que adquiriu no ramo, através do projeto social Rebolation in Rio, baseado no Vidigal. Todos os sábados, ele faz a alegria dos moradores ao ministrar aulas animadas com muito axé e coreografias fáceis, para que todos possam acompanhar sem medo ou vergonha. Cerca de quarenta alunos se juntam semanalmente, entre mulheres, homens, crianças, moradores da comunidade e pessoas que vêm de outros bairros. “Na hora em que você dança, esquece todos aqueles problemas que tem em casa, sai renovado”, afirma.”Aqui existe gente que não teria coragem de fazer uma aula de dança e jamais conseguiria pagar uma academia”, explica.

“Quando você dança, esquece os problemas que tem em casa, sai renovado”

Gustavo chegou a trabalhar como dançarino na Bahia; por dois anos foi motorista de um hotel de luxo no Rio e atuava como guia turístico com o próprio carro após o expediente. Por muito pouco, não abandonou de vez a dança após um grave acidente de moto em 2008. Com fratura exposta nas pernas, ficou um ano e meio de cama, sem poder andar, e achou que nunca mais voltaria a dançar. Poucos meses depois de se recuperar, foi convidado por um amigo para retomar a atividade, e neste ano surgiu a ideia do projeto. Pediu ajuda ao presidente da Associação de Moradores para conseguir um aparelho de som e um local onde pudesse dar as aulas. Há um mês, tomou dinheiro emprestado da mãe para investir em um equipamento novo e mais potente. “Aqui não tem nada, nenhuma atividade para as crianças ou os moradores. Dar aulas é o que eu posso fazer para ajudar. Muita gente ainda não conhece o projeto, quero que todo mundo aqui da comunidade saiba que pode aprender a dançar de graça”, diz Gustavo, que trabalha como motorista particular. Além das aulas do Vidigal, ele mantém um grupo, homônimo do projeto, que oferece aulas gratuitas todo domingo na altura do Posto 8, na Praia de Ipanema.

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