Carioca nota dez: Ricardo Gonzalez

O biólogo Ricardo Gonzalez criou um projeto de acessibilidade a portadores de deficiência nas praias cariocas

Por Thaís Meinicke
Atualizado em 5 dez 2016, 12h52 - Publicado em 25 jun 2014, 19h52
Tomás Rangel
Tomás Rangel (Redação Veja rio/)
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A adolescência de Ricardo Gonzalez não era muito diferente da vivida pela maioria de seus amigos e vizinhos da Barra da Tijuca. Apaixonado por esportes, não perdia uma oportunidade de ir à praia pegar onda ou jogar futebol. Isso até os 15 anos, quando um acidente de automóvel mudou sua vida. Na colisão, fraturou a coluna cervical e ficou tetraplégico. Começava aí, para ele, uma nova fase, repleta de sacrifícios. “Passei um mês no CTI e mais três no hospital até voltar para casa”, lembra-se. Depois enfrentou um ano de tratamento na ABBR para, só então, começar a retomar sua rotina. “Tinha vergonha de sair de casa. Foi uma superação pessoal voltar a ter uma vida social, mesmo estando em condições totalmente diferentes.” O processo foi lento, mas Gonzalez deu continuidade aos estudos, fez faculdade de biologia e p­­ós-gr­aduação na área ambiental pela Unicamp. Hoje, aos 32 anos, coordena o projeto Praia para Todos, que permite que portadores de deficiência motora como ele pratiquem exercícios na praia. “O esporte é uma atividade totalmente inclusiva, que estimula essas pessoas a sair de casa.

“O esporte é um estímulo a mais para que os portadores de deficiência física saiam de casa”

A iniciativa nasceu há seis anos como um desdobramento do Instituto Novo Ser, criado em 2001 por sua mãe, Maria do Carmo, com o objetivo de compartilhar com famílias que passavam pela mesma adversidade as experiências que eles tinham vivido desde o acidente. A primeira edição do Praia para Todos aconteceu no Leblon, no verão de 2009 e, hoje, o projeto dispõe de duas sedes fixas: uma na Barra da Tijuca e a outra em Copacabana. Além de contar com o auxílio de profissionais especializados, como fisioterapeutas e professores de educação física, o projeto utiliza equipamentos como cadeiras anfíbias e esteiras especiais. “Pensamos em atender às necessidades em todo o processo, desde o momento em que os portadores de deficiência física chegam à praia, com pontos de ônibus próximos, rampas do calçadão para a areia e auxílio para o mergulho no mar”, explica Gonzalez. Animado com os resultados, ele sonha com o dia em que todos os postos da orla terão estrutura mínima para atender esse público.

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