Hospital Universitário Gaffrée e Guinle será administrado por empresa

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) vai assumir a gestão do hospital, referência no tratamento de pacientes com HIV/Aids, que acumula dívidas de R$ 12 milhões com fornecedores

Por Agência Brasil
Atualizado em 5 dez 2016, 11h36 - Publicado em 17 dez 2015, 13h03
Hospital Gaffrée e Guinle
Hospital Gaffrée e Guinle: Operação investiga fraude na aquisição de equipamentos de proteção individual (Divulgação/Divulgação)
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A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) vai assumir a gestão do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, referência no tratamento de pacientes com HIV/Aids, ligado à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e que acumula dívidas de R$ 12 milhões com fornecedores.

Com a assinatura do contrato com a Ebserh, nesta quarta (16), em Brasília, um aporte de R$ 5 milhões já foi liberado, restando apenas dívidas com as concessionárias de água, gás e energia, que devem ser quitadas no início do ano que vem.

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O diretor do hospital, Fernando Ferry, espera que a administração da gestão por uma empresa pública de capital privado melhore a qualidade do serviço prestado à população, com a Ebserh realizando todo o planejamento de reestruturação do hospital e a recuperação dos espaços.

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“Precisamos informatizar o hospital e reforçar o parque tecnológico. Vão colocar o sistema de imagem e diagnóstico para funcionar com mais agilidade. Nas áreas técnica, médica e de ensino a Ebserh não mexe, garantiu”, disse Fernando Ferry.

A Associação dos Docentes da Unirio (Adunirio), no entanto, discorda do novo sistema de gestão do hospital. O diretor da associação, Rodrigo Castelo informa que a decisão não foi referendada pelo Conselho Universitário, como ocorreu em outras universidades federais. Ele também se mostrou apreensivo com a possibilidade de que as atividades de ensino e pesquisa sejam neglicenciadas e o hospital passe a priorizar a quantidade de atendimentos, sem excelência, deixando de atender a população mais carente, e que a Ebserh vise o lucro: como exemplo, citou a administração do Hospital das Clínicas da Universidade do Rio Grande do Sul, que segundo ele, tem, 20% dos leitos destinados aos planos de saúde privados.

“Essa é uma forma de não garantir o acesso à população mais pobre. É muito comum, dentro desses hospitais que têm a adesão da Ebserh, desmontar-se os procedimentos de média e alta complexidade, que é a forma de assistência por excelência dos hospitais universitários, por conta dos altos custos desses tipos de procedimentos, e adotar uma gestão praticamente ambulatorial, tendo em vista que, para receber os recursos, eles têm que bater diversas metas”.

O diretor do Gaffrée e Guinle, Fernando Ferry, informou que a Ebserh garantiu a realização de concursos ao longo do próximo ano para a contratação de cerca de 800 funcionários para o hospital. A meta é expandir o atendimento para mais 700 pacientes, além dos quase 3.800 já atendidos mensalmente. Ferry explicou que esses novos funcionários serão contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e não vão contar com a estabilidade dos estatutários. Atualmente, o Gaffrée e Guinle tem um quadro efetivo de 600 servidores, além de 400 bolsistas.

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