Museu do Amanhã recebe mais de 20 mil pessoas no primeiro fim de semana

Primeiros dias de funcionamento tiveram viradão com o museu aberta das 9h de sábado (19) até as 18h de domingo (20)

Por Agência Brasil
Atualizado em 5 dez 2016, 11h36 - Publicado em 21 dez 2015, 13h38
Museu do Amanhã
 (Tomaz Silva/Agência Brasil)
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Gestado por seis anos, desde quando as primeiras fundações foram cravadas no antigo píer do cais do porto, em 2010, o Museu do Amanhã ganhou instantaneamente a simpatia de moradores e turistas do Rio de Janeiro. Nos dois primeiros dias aberto ao público, o prédio concebido pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava atraiu mais de 20 mil visitantes, desde as 9h de sábado (19) até as 18h deste domingo (20), quando ficou aberto por 33 horas ininterruptas.

Nem mesmo a espera, que podia ultrapassar uma hora e meia na fila, desanimou o público, que se abrigou do sol intenso sob a cobertura do museu, que avança na renovada Praça Mauá, em uma estrutura de ferro, vidro e concreto toda branca, que parece planar sobre o terreno.

+ Arquiteto espanhol Santiago Calatrava fala sobre o Museu do Amanhã e o Rio

Logo na entrada, um globo terrestre suspenso é a primeira atração e vira cenário obrigatório para as fotografias dos visitantes. Por meio de duas escadas, chega-se ao segundo andar, onde estão as exposições principais. Um grande globo de acrílico preto abriga uma sala de cinema em 360 graus, onde passa um documentário de 8 minutos sobre as origens do universo. Depois, o visitante pode explorar, em telas de toque, mais informações sobre o que assistiu. O próximo passo são quatro salas, em formato de cubos, nos quais imagens e fotografias retratam o planeta Terra, dividida em Matéria, Vida e Pensamento.

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Um próximo espaço é o chamado Antropoceno, onde são projetadas, em telas de 10 metros de altura por 3 metros de largura, imagens sobre a ação do homem no planeta e a devastação que estamos impingindo à natureza. Em seguida, o visitante é levado ao espaço Amanhãs, no qual são apresentadas as tendências para os próximos 50 anos e os cenários possíveis, dependendo da participação de cada um.

Por último, ao final da visita, a área Nós, em forma de oca indígena, construída em madeira vazada, oferece espaço para reflexão, iluminado com mais de mil lâmpadas que mudam de cor e sonorizado com uma trilha sonora suave.

No térreo do museu, o destaque é a área livre, que pode ser visitada por qualquer pessoa, sem necessidade de pagar ingresso, formando um grande parque à beira-mar, com largos espelhos d´água e muitas árvores, que vão crescer e transformar o local em um agradável bosque em poucos anos.

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Para o curador do museu, Luiz Alberto Oliveira, a proposta é oferecer ao público uma jornada de exploração. “Nós contamos uma história e queremos que as pessoas vão passando pelas etapas para se capacitar e explorar cenários futuros possíveis. E refletir que isso vai depender das escolhas que nós fizermos, como pessoas, como cidadãos. O conceito essencial do museu é que o amanhã não está pronto, não é único, é uma construção.”

O diretor geral da Fundação Roberto Marinho e supervisor do projeto Museu do Amanhã, Hugo Barreto, ressaltou que o museu está atraindo um público que pode nunca ter entrado em um espaço semelhante. “São pessoas que talvez seja a primeira vez que vêm a um museu, que têm o contato com algo de primeiro mundo. Existe um sentimento de orgulho das pessoas, de estarem em um museu que talvez seja único no mundo. Não é só um museu de ciências, mas um pensar sobre nós mesmos, sobre o que está ocorrendo aqui, pela via da ciência, do entretenimento, da cultura e da arte. Aqui as pessoas viajam e navegam.”

Muitos dos visitantes chegaram de longe, no domingo quente e ensolarado, como o casal Jorge e Raquel de Oliveira, de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. “Eu gostei de tudo. O que mais me impressionou foi o globo na entrada. É muito mais do que eu pensava encontrar. A mensagem que fica é nos prepararmos para o futuro”, disse Jorge, que trabalha como pintor industrial. “Para mim, a mensagem é que devemos preservar muito a Terra, não jogando lixo e tendo mais cuidado com a água”, completou Verônica, que é esteticista.

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“Achei muito interessante. Explica para a gente o que está acontecendo ao redor do mundo. Para incentivar as pessoas a entenderem o que está ocorrendo no planeta. A pessoa sai daqui diferente, entendendo mais o que está se passando com o mundo”, disse a dona de casa Raquel de Freitas Bastos, que veio de Nova Iguaçu, também na Baixada Fluminense, com o marido e os dois filhos.

Mas talvez o maior beneficiado como o novo museu seja mesmo o município do Rio, conforme ressaltou o gerente de salão de beleza Leonardo Moreira Bonfim: “É algo grandioso, incrível. Este resgate representa a auto-estima da cidade, que se renova a cada dia e vai ficar ainda melhor. Era uma praça que estava muito abandonada. Foi um grande presente que a cidade recebeu”.

A construção do Museu do Amanhã custou R$ 215 milhões, mais R$ 65 milhões investidos pelo Banco Santander, patrocinador master, em seu conteúdo e manutenção pelos próximos dez anos. O museu abre de terça-feira a domingo, de 10h às 18h. A entrada custa R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia. Há gratuidades para alunos da rede pública, crianças até 5 anos, pessoas a partir de 60 anos, professores da rede pública, entre outros grupos. Nas terças-feiras, o ingresso é gratuito para todos. Informações podem ser acessadas na página do museu na internet (www.museudoamanha.org.br).

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