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Boyhood, épico familiar na corrida para o Oscar 2015

No drama de Richard Linklater, rodado ao longo de doze anos, o tempo passa e o elenco envelhece diante do espectador

Por Miguel Barbieri
Atualizado em 5 dez 2016, 12h36 - Publicado em 1 nov 2014, 00h00
boyhood
boyhood (Divulgação/)
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Desde que foi exibido no Festival de Berlim, em fevereiro, Boyhood — Da Infância à Juventude tem sido considerado um dos melhores filmes do ano — e é bastante provável que entre na corrida para o Oscar 2015. Méritos tem. O principal está no formato da realização. Ao longo de doze anos, o diretor Richard Linklater (Antes do Amanhecer, Antes do Pôr do Sol) rodou um drama familiar com os mesmos atores. Entre 2002 e 2013, reunia o enxuto elenco para apenas alguns dias de gravações. Patricia Arquette, uma mulher separada do marido (Ethan Haw­ke) e em busca de um novo parceiro, vive a mãe de Mason (Ellar Coltrane) e Samantha (Lorelei Linklater). Com mudanças delicadas e sutis, a trama focada no garoto tem um tempo que transcorre literalmente na tela. Quando criança, Mason demonstra a curiosidade de um sonhador. Dividido entre um padrasto repressor e um pai ausente, ele cresce aos olhos do espectador e vivencia os sentimentos típicos da adolescência. Torna-se adulto recolhendo os cacos deixados pelo caminho. Caso fosse feito de uma tacada só, o longa perderia o encanto, fruto da persistência do diretor em mostrar, por mais de uma década, essa transformação familiar com uma sensibilidade de raro realismo. Direção: Richard Linklater (Boyhood, EUA, 2014, 165min). 14 anos. Estreou em 30/10/2014.

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