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Ana Carolina: “Ter diabetes não me faz menor do que ninguém”

Cantora fará live nesta terça (29), diretamente do Cristo Redentor, para conscientizar sobre problemas cardiovasculares associados à doença crônica

Por Marcela Capobianco
28 set 2020, 10h37
A cantora Ana Carolina com as mãos apoiadas na cabeça e os dedos entre os cabelos. El usa camisa estampada vermelha e preta.
Ana Carolina: no Teatro Multiplan (Pedro Dimitrow/Divulgação)
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Nesta terça (29), a cantora Ana Carolina vai se apresentar diretamente do Cristo Redentor. O show vai marcar o Dia Mundial do Coração, que é celebrado na data.

A iniciativa é da campanha Quem Vê Diabetes Vê Coração, que busca conscientizar sobre a relação do diabetes com as doenças cardiovasculares.

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A transmissão da live acontece a partir das 20h pelos canais da campanha e da cantora Ana Carolina no Youtube.

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O ator Danton Mello será o apresentador da festa, que vai contar com participações médico endocrinologista Carlos Eduardo Couri.

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Para o reitor do Santuário Cristo Redentor, Padre Omar, é importante a conscientização sobre o assunto. “É necessário nos empenharmos para que as pessoas estejam informadas e conheçam a importância do acompanhamento médico. Isso pode salvar vidas”, destaca.

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Segundo uma pesquisa apoiada pela campanha em todas as regiões do Brasil, 90% dos pacientes brasileiros com diabetes sentem falta de mais informações sobre os riscos cardiovasculares da doença, ainda que 80% das mortes de pessoas com diabetes sejam causadas por doenças cardiovasculares, segundo a Associação Americana do Diabetes.

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Em texto para VEJA Rio, a cantora Ana Carolina, que é diabética, fala sobre a importância da informação.

“Não é segredo pra ninguém. Sempre em minha carreira fiz questão de abordar publicamente a doença que descobri aos 16 anos: o diabetes tipo 1, quando nosso organismo produz pouca ou nenhuma insulina. Já dei inúmeras entrevistas, fiz uma turnê inteira dedicada a isso e agora me preparo para a Live do Coração, no Cristo Redentor, nesta terça (29), às 20h, como parte da campanha ‘Quem Vê Diabetes Vê Coração 2020’.

E por que tratar isso de maneira aberta? Primeiro, porque ter diabetes não te faz menor do que ninguém. O que nós temos que fazer é só nos cuidar pra ter uma vida legal, porque é muito fácil de controlar quando se tem atenção e amor por você. E como acontece com todas doenças crônicas, não tem caminho melhor pra isso do que a informação. Eu me sinto na obrigação de levantar essa bandeira e usar minha influência sempre que possível pra lembrar que hoje são mais de 13 milhões de pessoas no país vivendo com a doença e outras tantas que nem sabem da condição e não se cuidam. Esses, com certeza, são os que correm mais riscos!

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E já que a informação é a arma pra isso, vou dividir com vocês um pouquinho da minha experiência. Espero que ajude. Primeiro e mais importante: o diagnóstico. Saber o que se tem e procurar um médico é o começo para ter uma vida normal e totalmente saudável. Não é tarefa fácil, especialmente no início, mas quando alguma coisa não tem jeito – como nas doenças crônicas, a melhor forma de reagir é levar com boa vontade e conhecimento. O quanto antes você começar a se cuidar, melhor pra você.

Ciente de seu diabetes e sempre acompanhado por um especialista, os procedimentos são até simples e corriqueiros, mas exigem compromisso. A pessoa com diabetes deve, em média, fazer o teste de glicose cinco vezes ao dia para própria segurança e tomar insulina conforme sua necessidade. Outra dica importante (e essa não deveria ser somente pros diabéticos, hein?) é fazer exercícios físicos todos os dias, pelo menos meia hora, para ajudar a equilibrar o nível de glicose no sangue.

O diabético precisa também ter sempre em mãos o manual de contagem de carboidratos. Existem vários aplicativos que podem ser instalados em seu celular que tem o manual. Portanto, uma dieta equilibrada é importante. Quando estou em turnê ou fora de casa, por exemplo, o jeito é levar uma marmita equilibradinha para evitar comidas gordurosas.

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E a pergunta que a gente sempre ouve: e os doces? Pois é… De fato, isso é mais restritivo em nosso caso, mas o diabético pode, uma vez ou outra, comer um pedaço do seu doce favorito. Só precisa ter feito uma dieta mais rigorosa ao longo do dia e não exceder em quantidade. Controle é tudo pra não deixar o bonde descarrilar.

Na prática, a rotina de uma pessoa com diabetes não é tão diferente do que deveria ser a de alguém que não tem a doença. De seis em seis meses os exames precisam ser refeitos, com exercícios físicos e dieta balanceada em dia. É isso que evita diversas complicações que poderiam aparecer no futuro, incluindo problemas no coração e, mais recentemente, fazer parte do grupo de risco na pandemia da Covid-19.

Informação sempre, gente! Ter uma doença crônica e controlá-la é cuidar de si mesmo e sinal de longevidade.

(*) Ana Carolina é cantora, compositora, arranjadora, produtora, instrumentista, musicista e artista plástica. Com 20 anos de carreira, lançou doze álbuns, seis DVDs e emplacou cerca de trinta singles nas paradas brasileiras.

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