Beraderos: “É papel do artista levar informação ao público”

Dupla, que vai reencontrar o público em show no Teatro Prudential no sábado (28), participou da série de lives #VejaRioAoVivo

Por Bruna Motta
Atualizado em 27 nov 2020, 13h02 - Publicado em 27 nov 2020, 12h58
Beraderos: influências musicais de Milton Nascimento, Djavan, Gil e Chico César (Divulgação/Divulgação)
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Na sequência da nova série de lives #VejaRioAoVivo, a repórter Marcela Capobianco recebeu não apenas um, mas dois convidados na noite desta quinta (26).

Os artistas Danilo Mesquita e Ravel Andrade, do duo Beraderos, falaram sobre o lançamento do disco novo, como vão encarando a pandemia e também contaram como começou a amizade com o cantor Milton Nascimento. “É uma honra poder dizer que sou amigo e parceiro dele”, diz Danilo Mesquita.

O duo está com show marcado para este sábado (28) no Teatro Prudential, na Glória, na programação do Festival Somamos.

Será o primeiro evento presencial após a chegada da pandemia causada pelo novo coronavírus. “Vamos fazer num formato híbrido: quem se sentir seguro, pode ir até ao teatro. Mas vamos exibir on-line”, diz Ravel que está feliz pois será a primeira vez que os pais dele, que moram em outro país – vão poder assistir a um show da dupla.

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Ficou curioso? Temos a conversa completa no nosso canal no YouTube e também separamos trecho da conversa abaixo:

Danilo Mesquita:

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Show presencial

“É a nossa primeira apresentação desde março. Até agora só tínhamos feito uma live com voz e violão. Quando nos juntamos para gravar o final do disco, decidimos fazer essa pequena apresentação ao vivo para o público, pela internet. Mas o show de sábado vai ser o nosso primeiro espetáculo com banda e público”.

Bahia

“Não voltei a morar em Salvador, mas passei a quarentena lá. Fui de férias para ficar com a minha família, ia passar uns dois meses, mas a pandemia veio logo depois do Carnaval e eu acabei ficando no melhor lugar possível. Cuidei e fui cuidado. Um dia espero voltar a morar na capital baiana”.

Milton Nascimento

“Mais do que padrinho do nosso trabalho, ele é um amigo nosso e isso é um motivo de honra. Ele é, para mim, o maior de todos os tempos. Ninguém cantou, ninguém escreveu como ele. Só de estar perto dele já é maravilhoso. A gente se conheceu durante as gravações da novela Rock Story, quando o Bituca fez uma participação especial. A partir dali, mostrei a minha música para ele, passei a frequentar a casa dele e, no fim, o filho dele, Augusto Nascimento, acabou virando nosso empresário”.

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Criatividade

“Antes da pandemia, eu tinha uma vida de louco, muito corrida, mas que eu amava. Meus encontros com Ravel eram sempre muito rápidos, mas isso era um fator positivo, porque a gente otimizava o tempo e compunha muito rápido. Geralmente as composições vêm como um raio na minha cabeça”

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Filme na Netflix

“Ricos de Amor fez sucesso no mundo inteiro. Ficamos no Top10 da plataforma durante quase 15 dias em mais de trinta países. Quando faço algo, quero que aquilo se espalhe mesmo, mas jamais imaginei a dimensão que o filme teria. A missão do artista é enviar informação para o povo e tem gente que não quer que o povo saiba o que está acontecendo. Amo ser brasileiro. Levar a cultura do meu país para outros lugares é a minha felicidade”.

Futuro

“Se Deus quiser, vamos lançar nosso primeiro disco no ano que vem. Quero fazer muito show, quero que minha música chegue a cada cantinho desse Brasil. Meu sonho como cantor é lançar nosso disco. Como cidadão, quero que a vacina chegue logo”.

Ravel Andrade

Referências

“Nossas músicas têm a ver com o que escutamos na nossa infância, a Música Popular Brasileira, o samba, bossa-nova, tropicalismo. O amor pela música do Chico César também nos uniu”.

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Público jovem

“Quando tocávamos para os nossos amigos, nossa família, a gente pensava que nossa música não seria muito popular. Mas quando jogamos algumas canções em plataformas on-line, teve muita gente da nossa idade que começou a se identificar. As letras falam do nosso cotidiano e as pessoas se reconhecem. A gente começou a acreditar no nosso trabalho a partir da resposta do público”.

Criação

“O Danilo compôs dez músicas do álbum e eu não consegui ter inspiração para escrever. No início da pandemia fiquei abalado, fiquei triste. Não estava conseguindo pensar em música. Porém, graças ao Danilo, conseguimos focar no nosso disco”.

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