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A fama de um bandido

A história de Cara de Cavalo, folclórico marginal morto nos anos 60, é contada no Espaço Sesc

Por Rafael Teixeira
Atualizado em 5 dez 2016, 15h25 - Publicado em 17 set 2012, 13h40
João Júlio Mello / divulgação
João Júlio Mello / divulgação (Redação Veja rio/)
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AVALIAÇÃO ✪✪✪??

Em agosto de 1964, após matar um detetive da polícia carioca em uma troca de tiros, Manoel Moreira, até então um bandido menor, foi transformado em “inimigo número um da Guanabara”. Perseguido por dois meses pelas autoridades, acabou encurralado e morto. A alcunha pela qual ficou conhecido, Cara de Cavalo, batiza a peça da Aquela Companhia de Teatro, com direção de Marco André Nunes, em cartaz no Espaço Sesc.

Para retratar o folclórico marginal, a quem o artista plástico Hélio Oiticica (1937-1980) chegou a dedicar uma obra, o autor Pedro Kosovski entrelaça habilmente dois planos. Um focaliza o próprio Cara de Cavalo (Remo Trajano) e os desdobramentos da investigação que culminaria em sua morte. O outro, nos dias de hoje, reúne uma repórter (Raquel Villar) e seu entrevistado (Ricardo Kosovski, destaque em cena), que, como se verá, tem ligação com aqueles acontecimentos do passado. Carolina Chalita, Oscar Saraiva, Álvaro Diniz e Saulo Rodrigues completam o equilibrado elenco. Para além da dramatização de uma história real, a montagem propõe algumas reflexões ? a mais evidente sobre como uma sociedade afeita ao espetáculo pode transmutar até um bandido em celebridade. A atmosfera de show, com uso de vídeos e música ao vivo, ainda que por vezes prejudique o andamento da montagem, é associada aos figurinos de tons semelhantes e à luz bem engendrada para refletir metaforicamente esse debate.

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Cara de Cavalo (90min). 16 anos. Estreou em 6/9/2012. Espaço Sesc – Teatro de Arena (240 lugares). Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana, ☎ 2548-1088. Quinta a sábado, 21h; domingo, 19h30. R$ 20,00. Bilheteria: a partir das 15h (qui. a dom.). Até dia 30.

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