Os destaques da Flip 2022, que vai até domingo (27) em Paraty
Edição que celebra os 20 anos da feira homenageia a escritora maranhense Maria Firmina dos Reis e traz debates com autores internacionais e nacionais
Foi dada a largada nesta quarta (23) na programação da 20ª Festa Literária Internacional de Paraty (RJ), a Flip. A edição que celebra os 20 anos do evento traz mesas de conversa com autores renomados e novos na cena, sessões de filmes, oficinas, lançamentos de livros, apresentações musicais, entre outras atividades, até domingo (27).
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Enquanto o programa principal da festa traz 20 mesas com diversos convidados, a Flip ainda conta com atividades nas categorias Programa Educativo e Flip+. Para participar de uma das mesas principais, é necessário comprar o ingresso pelo site do evento. É possível também assistir aos debates de graça na Praça da Matriz, que serão transmitidos em um telão.
A autora homenageada do festival este ano é a escritora e educadora maranhense Maria Firmina dos Reis (1822-1917), cujo legado literário sofreu com o apagamento histórico ao longo dos anos. Pioneira na literatura antiescravista no Brasil, Firmina lançou em 1859 a obra Úrsula, considerado o primeiro romance escrito por uma mulher no Brasil.
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Foi professora de primeiras letras em Guimarães, no Maranhão, e também a primeira mulher a ser aprovada em um concurso público no estado para o cargo. As obras e textos da autora, assim como sua vida e o seu pioneirismo em uma época onde apenas homens brancos ganhavam maior espaço na literatura e na imprensa, serão tema das mesas Pátrios Lares (23/11, às 20h) e Minha Liberdade (24/11, às 10h) da Flip.
O evento também destaca este ano a artista Claudia Andujar, fotógrafa e ativista suíça naturalizada brasileira, que dedicou parte da sua carreira em defesa do povo indígena Yanomani. A Mostra Claudia Anjujar terá a exibição de filmes com a temática indígena no Cinema da Praça. São os títulos: A Última Floresta, dirigido por Luiz Bolognesi (26/11, às 17h) , Gyuri, de Mariana Lacerda (24/11, às 20h), e Amazônia, a nova Minamata?, de Jorge Bodanzky (64/11, às 20h).
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Outra atração da Flip será a autora Annie Ernaux, ganhadora do Nobel de Literatura 2022. A escritora francesa, autora de livros como A Vergonha e O Acontecimento, é também diretora do filme Os Anos do Super-8, junto a David Ernaux-Briot, e participará de uma conversa após a exibição do filme na quinta (24), às 15h. Ela também debaterá o papel da arte e a força da literatura junto à escritora, crítica de arte e professora Veronica Stigger no sábado (26), às 14h, na mesa Diamante Rubro.
As mulheres ocupam a maior parte das mesas este ano – são 25 contra nove homens. Uma autora que também se destaca na programação é a escritora e professora de literatura comparada na Universidade Columbia Saidiya Hartman, nome importante para o pensamento negro contemporâneo. Ela participa no sábado (26), às 19h, da mesa Entrar no bosque de luz, com reflexões sobre a escrita como um espaço que revela o protagonismo de populações invisibilizadas. Estarão também no debate a antropóloga Rita Segato e o ficcionista Luiz Mauricio Azevedo, com mediação da filósofa e escritora Djamila Ribeiro.
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Entre os nomes presentes na edição, estão também os autores internacionais Camila Sosa Villada (Argentina), Benjamin Labatut (Chile), Pauline Melville (Guiana), Nastassja Martin (França), Teresa Cárdenas (Cuba), que conversam com brasileiros como Lázaro Ramos (BA), Cidinha da Silva (BH), Cristhiano Aguiar (PB), Cida Pedrosa (PE), Bernardo Carvalho (RJ), entre outros. A programação completa da Flip pode ser acessada aqui.