Evento-teste no Rio reúne feras do rugby sobre cadeira de rodas

A competição é mais um evento-teste para os Jogos Paralímpicos, que começam em setembro

Por Agência Brasil
Atualizado em 5 dez 2016, 11h28 - Publicado em 26 fev 2016, 16h44
seleção brasileira de rugby
seleção brasileira de rugby (Divulgação/Comitê Paralímpico Brasileiro/)
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Entre esta sexta (26) e domingo (28), a Arena Carioca 1, no Parque Olímpico, será palco de trombadas, passes e gols no Campeonato Internacional de Rugby em Cadeira de Rodas. A competição será mais um evento-teste para os Jogos Paralímpicos, que começam em setembro. 

Após derrota para a Colômbia no Pan-Americano de Toronto, em 2015, a seleção brasileira espera se recuperar no ranking internacional com a Paralimpíada, e o evento-teste trouxe ao Rio pesos pesados do esporte. A Austrália é a atual campeã mundial e campeã olímpica, o Canadá é o país que atualmente ocupa o primeiro lugar no ranking, e a Grã-Bretanha é a campeã europeia da modalidade.

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“O nível está muito alto, mas o Brasil quer recuperar o posto de terceiro das Américas. Não tem teste melhor para gente”, disse o técnico da seleção Rafael Gouveia. Segundo ele, o esporte é agressivo e de muito contato, mas o que decide o sucesso das jogadas é a inteligência.

Na quadra

Diferentemente da versão convencional do esporte em que as disputas ocorrem no gramado, o rugby em cadeira de rodas vem do basquete em cadeira de rodas, é diputado em quadras e tem algumas regras parecidas – como o tempo para marcar o gol e o impedimento de voltar ao campo de defesa. Uma diferença, no entanto, é que o ruby permite colisões propositais entre as cadeiras de rodas, o que não ocorre no basquete.

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“No rugby em cadeira de rodas, a gente pode bater [chocar-se] com o adversário desde que não coloque a integridade física dele em risco. Temos atletas de diferentes biotipos. Se um atleta que corre 20 metros em seis segundos bater em um atleta leve, ele pode até tirar a cadeira do chão”, conta Rafael.

Para ele, a visão paternalista que a sociedade tem do cadeirante faz com que as pessoas fiquem surpresas com os jogos. “Quando a gente pega um esporte com característica agressiva para o tetraplégico, que é considerado frágil, a família, os médicos ou pessoas que estão em volta já enxergam com outro olhar.”

Requisitos

Para participar da modalidade, é necessário ter deficiência em três membros do corpo. Outra característica do rugby em cadeira de rodas é o fato de ser um esporte misto, em que homens e mulheres competem juntos, em equipes de quatro pessoas. Na seleção brasileira, não há nenhuma mulher entre os escalados, mas Canadá e Reino Unido trouxeram mulheres entre seus melhores atletas.

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Com 28 anos, Bruno Damasceno já tem uma longa carreira no esporte e participou de sua primeira seletiva para representar o Brasil em 2008. Hoje, ele sonha com a Paralimpíada no Rio de Janeiro: “A expectativa é grande. Você vê o local de jogos, vê que é grande e toda a organização. Você fica ansioso pelo seu trabalho e [lembra] o tanto que você treinou.”

Um acidente em uma piscina há 11 anos fez com que o atleta ingressasse nos esportes paralímpicos, considerado um caminho de muitos obstáculos. “No começo, passei por várias dificuldades, adaptações, inclusive para aprender o que estava acontecendo comigo”, conta ele, que tentou praticar natação e handebol antes de entrar para o rugby. “Achei legal ter contato, vi que era pra mim e comecei a praticar”.

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