Oito blocos descolados para curtir o Carnaval carioca

Para ajudar a selecionar boas escolhas dentre os 451 blocos licenciados pela prefeitura, pinçamos apostas como o Bunytos de Corpo

Por Renata Magalhães
20 fev 2017, 19h05
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Agito do Boi Tolo: no Centro do Rio (Tatiana Ruediger/Divulgação)
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Cerca de 400 quilômetros – ou 45 minutos na ponte aérea – separam as capitais do Rio e de São Paulo. Por isso, quem está disposto a se deslocar tem que saber as dicas certas para se divertir – e não cair numa cilada. Para te ajudar a selecionar boas escolhas dentre os 451 blocos licenciados pela prefeitura, pinçamos os oito mais descolados, a exemplo do Bunytos de Corpo e do selvagem Amigos da Onça. Faça seu roteiro e caia na folia!

1) No ritmo do maracatu. Criado em 2012 por alunos do percussionista pernambucano Alexandre Garnizé, o Tambores de Olokun tem como referência a tradição do maracatu. O bloco encanta pela qualidade da batucada, feita sem amplificação. Neste domingo, 12, às 16h, há uma espécie de ensaio aberto perto da Igreja do Rosário (Rua Uruguaiana, 77, Centro). No dia 4 de março, a partir das 16h, o conjunto se concentra, mas não sai, no Aterro, na altura do Boteco Belmonte (Praia do Flamengo, 300).

2) Na raça e na vontade. Criado em 2006, o Cordão do Boi Tolo surgiu do encontro de foliões do Cordão do Boitatá: eles chegaram fantasiados a um desfile que acabou não acontecendo naquele ano. Hoje, é reconhecido como um dos blocos de maior fôlego no Carnaval carioca. A folia com duração de rave, levada sem o apoio de carros de som, costuma atravessar o dia inteiro e chegar à madrugada do dia seguinte. O bloco, que não é oficial, ainda não confirmou o local de saída, mas tradicionalmente se concentra no domingo de Carnaval, domingo (26), de manhã cedo, antes de fazer seu passeio pelo centro histórico.

3) Dissidência. Setenta integrantes de variados blocos cariocas uniram forças no ano passado e, já na estreia, conquistaram os foliões com repertório que embola clássicos do axé e do samba-reggae dos anos 80 e 90, funk da antiga e marchinhas eternas. Em 2016, o Vem Cá, Minha Flor ocupou os pilares do MAM. Neste Carnaval, como é praxe em um bloco descolado, o local e a data só serão divulgados em cima da hora, pelas redes sociais e no site https://www.vemcaminhaflor.com. Até lá, para quem quiser se enturmar, há ensaio na Praça Paris, sempre às quartas, a partir das 19h30.

4) Luz própria. A BananoBike é uma bicicleta dotada de vistoso equipamento de som e luz. A bordo desse acontecimento sobre rodas, a banda carioca Biltre animou o Carnaval de 2013, em concentrações de foliões moderninhos, a exemplo do Bunytos de Corpo e do Viemos do Egyto. Deu tão certo que o grupo lançou o próprio bloco, o Minha Luz É de LED. Sucessos do tecnobrega e fantasias iluminadas embalam o desfile, que acontece no dia 23. Como eles são moderninhos, você vai ter de dar duro nas redes para descobrir local, trajeto e horário. UPDATE: a produção ainda não divulgou mais detalhes por ainda estar em negociação com a prefeitura, mas tudo será devidamente informado com antecedência nas redes sociais para ninguém perder o bloco.

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5) Seu cabelo não nega, Chewbacca. Foliões cinéfilos decidiram misturar duas paixões no bloco Quero Exibir Meu Longa. As composições fazem alusão a grandes personagens da tela grande, as melhores fantasias concorrem ao prêmio Longa de Ouro e a musa carnavalesca é eleita Lady Incentivo. Na ausência de cinemas de rua na Tijuca, o bloco exibe sua produção em via pública: o desfile acontece no dia 28, às 11h, na Praça Gabriel Soares.

6) Selvagem. Não confunda com o histórico Bafo da Onça, fundado no Catumbi, no ano da graça de 1956: o Amigos da Onça surgiu em 2008 e, mais heterodoxo, abriga no repertório de marchinhas a axé music, passando por Mamonas Assassinas e Tim Maia. Uma orquestra de sopros e percussão segue a co­reo­grafia da comissão de frente, toda fantasiada de onça — mas, como o nome sugere, valem fantasias de amigos felinos, como leão ou tigre. O cortejo-surpresa, em geral de madrugada, ainda tem data e local desconhecidos. Fique atento às redes sociais.

7) Elas em foco. O Multibloco surgiu em 2008, a partir da iniciativa dos sócios e funcionários da Editora Multifoco, na Lapa. Liderada pelos músicos Thaís Bezerra e Lino Amorim, a bateria escolhe um tema a cada ano. No próximo cortejo, serão homenageadas as mulheres da música brasileira. Prepare-se para cantar em coro sucessos de Elis Regina, Maria Bethânia, Elza Soares e da caçula Karol Conka. Sábado (25), 10h, Rua do Senado (altura da Rua Dídimo).

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8) Flashdance. As polainas de Jane Fonda, pioneira musa fitness, servem de inspiração para os adereços usados no desfile do Bunytos de Corpo. Criado em 2010, no Recife, o bloco trazido dois anos depois para o Rio, pelo produtor cultural Gigante César, brinca com os vídeos de malhação lançados pela atriz americana na década de 80. A trilha sonora, garantida por uma bicicleta adaptada como carro de som, mistura pop dos anos 90 com bandas como É o Tchan!. A cereja do bolo moderninho é a de sempre: o lugar exato do desfile, no Centro, e a hora ficam em segredo até as vésperas do grande dia, programado para segunda (27). Olho nas redes.

 

 

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