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Profissionais do teatro investem na compra de espaços próprios

Artistas como Bianca Byington criam maneiras alternativas para ensaiar, trocar experiências e receber a plateia

Por Renata Magalhães
Atualizado em 2 jun 2017, 11h52 - Publicado em 2 dez 2016, 17h40
Bianca Byington
Bianca Byington (Felipe Fittipaldi/)
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No jargão teatral, a “quarta parede” é uma barreira imaginária que separa o palco da plateia. E “quebrá-la” significa estabelecer laços mais estreitos entre o elenco e os espectadores. Bianca Byington chegou a esse resultado por outro caminho: investiu na compra e na reforma do casarão de dois andares em Santa Teresa onde, há quatro meses, oferece programação intensa. A agenda inclui workshops, leituras e ensaios, além de sessões da Mostra Hífen de Pesquisa-Cena (leia na coluna Teatro). Quando está no lugar, batizado de Casa Quintal de Artes Cênicas, a atriz brinca com seus dois cães, atende à campainha e cumprimenta quem chega. Bianca sente-se em casa, com razão, e faz parte de um curioso movimento. Antes dela, outros colegas transformaram espaços comuns da cidade em uma extensão do que fazem em cena.

Alguns endereços são mais abertos do que outros. Ao lado do produtor Fernando Libonati, o astro Marco Nanini criou, em 2012, o Reduto. O sobrado em Botafogo abriga residências artísticas, ensaios e festas, entre outras atividades. Atrás da fachada art déco do Lunático, no Jardim Botânico, Luciana Féres e Gustavo Falcão oferecem farta grade de cursos, de aulas de circo a ioga. Gilberto Gawronski, ator tarimbado, estrela de sucessos como o monólogo Ato de Comunhão, recepciona profissionais de outras cidades, mas ainda não faz planos de receber o público. No ponto, desenvolve processos de criação e guarda preciosidades, como os figurinos da atriz Marília Pêra (1943-2015). Nos limites de Santa Teresa com a Glória, Artur Luanda Ribeiro e André Curti, da companhia franco-brasileira Dos à deux, reformam, desde 2012, uma construção de 150 metros quadrados. Já moram e ensaiam por lá. O próximo passo, garantem, será abrir as salas de exposição e de oficinas. “Eu estava cansada de apenas esperar convites de trabalho. Queria algo que não dependesse de ninguém para começar, mas trouxesse as pessoas para perto de mim”, conta Bianca Byington. A plateia agradece.     

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