Programa transforma textos em áudio para deficientes visuais

Criado pela carioca Paula Pedroza, o Audima converte conteúdo de sites em áudio

Por Heloiza Gomes
Atualizado em 5 mar 2018, 13h18 - Publicado em 2 mar 2018, 10h05
21/02/2017 Paula Pedroza, Ipanema Foto: Selmy Yassuda (Selmy Yassuda/Veja Rio)
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Com 37 anos, Paula Pedroza faz parte da geração Y e presenciou os grandes avanços tecnológicos recentes. Como uma boa millennial, sempre preferiu áudios à leitura, mas nem todo conteúdo estava disponível em som. Diante dessa carência do mercado, começou a pensar numa solução e, em 2015, teve a ideia de desenvolver uma ferramenta que transformasse textos de sites em áudios. “Criei um protótipo e, no ano seguinte, participei, durante cerca de quatro meses, de uma aceleração no Vale do Silício, na Califórnia. Depois apresentei o projeto da Audima na sede da Google e consegui quatro investidores”, conta. De volta ao Brasil, Paula montou a startup que leva o nome do programa, disponível no mercado desde abril do ano passado. “Sempre quis fazer algo que tivesse um impacto social, e acabou acontecendo. Hoje a ferramenta é totalmente voltada para pessoas com deficiência visual, tanto aquelas que não enxergam nada quanto as que têm problemas como presbiopia, a popular vista cansada”, explica Paula.

Funciona assim: o responsável pelo site ou blog baixa a ferramenta (no endereço https://www.audima.co), gratuitamente ou na versão premium, e instala um plug-in que abre a opção dos áudios para os internautas. “O nosso foco é a acessibilidade, oferecida de maneira fácil e eficiente”, garante a empreendedora, formada em desenho industrial. Em menos de um ano, cerca de 400 portais já aderiram à solução, e o resultado tem sido positivo. Tanto que Paula se engajou na causa. “Acabamos de promover, gratuitamente, um evento no Instituto Benjamin Constant, com bloco de Carnaval e oficinas de música. Também estamos fazendo uma pesquisa com o pessoal de lá, para sentir melhor suas necessidades”, revela Paula, que recentemente lançou o programinha nos Estados Unidos e trabalha agora na produção de um aplicativo para celular com o mesmo objetivo. “A nossa meta é, realmente, contribuir para a inclusão digital, oferecendo uma experiência agradável às pessoas com necessidades especiais.”

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