Proteste avalia marcas de protetores solares faciais

Das dez marcas analisadas, apenas cinco passaram no teste

Por Fernanda Thedim
2 dez 2016, 17h42

Das dez marcas avaliadas,  apenas cinco passaram no teste. Às vésperas do verão, a Proteste verificou a eficiência e a qualidade de um item de primeira necessidade para a temporada: os protetores solares faciais. Entre os produtos analisados, todos com fator de proteção solar acima de 50, as marcas Sundown, L’Oréal, ROC, Sunmax e La Roche Posay apresentaram índice inferior de FPS, responsável por filtrar a radiação que atinge a camada mais superficial da pele e pode causar vermelhidão e queimaduras. Para garantir uma praia sem risco, fique atento às marcas aprovadas: Nivea, Cenoura & Bronze, Natura, O Boticário e Cataphil.

Posicionamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia

A Sociedade Brasileira de Dermatologia, única instituição reconhecida pela Associação Médica Brasileira (AMB) e Conselho Federal de Medicina (CFM), como representante dos dermatologistas no Brasil recebeu uma publicação da Associação PROTESTE com resultados relativos a testes realizados com protetores solares no Brasil e esclarece:1. Os resultados mostrados pela PROTESTE devem ser analisados com muita cautela.2. A metodologia utilizada para realização de testes com protetores solares deve ter rigorosa comprovação científica. Variações de métodos podem produzir resultados díspares, levando a conclusões equivocadas.3. Os testes que medem a proteção à radiação UVB chamado FPS e os testes que medem a proteção à radiação UVA, são complexos, com pormenores e detalhes técnicos que podem interferir significativamente no resultado final4. A Sociedade Brasileira de Dermatologia desconhece os métodos utilizados pela PROTESTE para realizar os testes com filtros solares e desconhece também o laboratório que os realizou. Da mesma forma, esta Sociedade não acusa o recebimento das análises técnicas efetuadas, que serviram como base para os resultados que porventura possam ser publicados. 5. A Sociedade Brasileira de Dermatologia entende que, sem a análise detalhada dos dados completos relativos ao estudo publicado pela PROTESTE, NÃO pode reconhecer os resultados apresentados. 6. Do ponto de vista de saúde pública, o mais importante é que o usuário de protetores solares faça uso continuado e em quantidade adequada destes produtos, cujo objetivo principal é a prevenção do câncer da pele, que é o tipo de câncer mais comum na população brasileira. Diante destes esclarecimentos, a Sociedade Brasileira de Dermatologia, única representante de mais de 8100 dermatologistas no Brasil repudia qualquer divulgação precipitada, equivocada e alarmista que comprometa suas orientações de proteção solar e reforça que o uso do filtro solar continua sendo uma das mais importantes formas de prevenção do câncer da pele.A Sociedade Brasileira de Dermatologia estimula o uso continuado dos fotoprotetores e reforça sua credibilidade nos filtros solares brasileiros que são regulados pela ANVISA e considerados inclusive como referência mundial na tecnologia utilizada na sua fabricação.Concluindo, a Sociedade Brasileira de Dermatologia vê com muita preocupação a divulgação de testes que, sem as devidas comprovações científicas/dermatológicas, podem desestimular o uso do protetor solar, o que seria um comportamento extremamente perigoso, especialmente no Brasil onde a incidência do câncer da pele é alarmante.

Posicionamento da L’Oréal

A L’Oréal divulgou seu posicionamento sobre os testes da Proteste. Leia, a seguir, o texto na íntegra.A L’Oréal refuta, de forma absoluta, os resultados apresentados pela Proteste e desconhece os critérios utilizados na realização dos testes em protetores solares conduzidos por esta entidade. O Grupo e suas marcas La Roche-Posay e L’Oréal Paris não foram informados sobre o laboratório no qual foram feitos esses testes, tampouco as condições e os resultados detalhados dos mesmos.A L’Oréal reafirma seu compromisso com a saúde da população brasileira e fornece produtos seguros e de alta eficácia. Todos os testes de nossos produtos solares – em particular os referentes a segurança e eficácia – foram analisados e aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme regulamentação sanitária vigente.Ao contrário da Proteste, a L’Oréal apresenta, com total transparência, as análises feitas por laboratórios independentes e de reconhecimento mundial, utilizando as metodologias ISO 24444:2010 (FPS) e ISO 24442:2011 (PPD).Os testes dos produtos Anthelios XL Fluide FPS 70 (La Roche-Posay) e Solar Expertise Invisilight FPS 50 (L’Oréal Paris), que foram feitos nos laboratórios Dermscan, IEC France e Poland Dermscan, apresentam resultados absolutamente divergentes dos informados pela Proteste, conforme abaixo:Resultados:Anthelios XL Fluide FPS 70(testes realizados pelo Laboratório Dermscan):FPS = 85,4UVA: 44,5 Solar Expertise Invisilight FPS 50(testes realizados pelos Laboratórios IEC France e Poland Dermscan):FPS = 58,9UVA: 23,2

Posicionamento da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos refuta, mais uma vez, os dados divulgados pela Proteste relativos à eficácia dos protetores solares.A Proteste vem utilizando, ao longo dos anos, testes não reconhecidos pela comunidade científica internacional, apresentando resultados altamente questionáveis sobre produtos que há anos são consolidados no Brasil e no mundo. Apesar de mencionar na presente comunicação ter seguido as metodologias requeridas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a Proteste continua não informando o laboratório que realizou a análise e não fornece os detalhamentos necessários que asseguram as condições em que foram feitos os testes.Em um país com a segunda maior incidência de câncer da pele no mundo, é absurdo que um órgão ainda se manifeste de forma tão leviana contra o trabalho sério desenvolvido por indústrias, entidades científicas e autoridades na busca contínua da maior proteção para o consumidor. É importante lembrar que as indústrias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos são reguladas pela Anvisa, órgão de alto respeito nacional e internacional que exige a comprovação da eficácia e segurança dos protetores solares via métodos validados internacionalmente.Estamos convencidos de que a divulgação de informações de natureza no mínimo duvidosa, como as feitas pelo Proteste, induzirá o consumidor ao erro de repensar o uso de produtos essenciais do setor para proteção solar, podendo trazer grande prejuízo tanto para a saúde das pessoas quanto para a própria indústria nacional de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.

Posicionamento da Johnson & Johnson

A Johnson & Johnson Consumo, detentora das marcas SUNDOWN® e ROC®, reafirma seu compromisso com o consumidor na oferta de produtos de qualidade e na busca constante pela inovação e tecnologia dedicadas à saúde e ao bem-estar dos brasileiros. SUNDOWN® e ROC® oferecem o FPS declarado em suas embalagens, seguem a legislação nacional e são aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Vale reforçar que todos os produtos da linha SUNDOWN®, assim como os da ROC®, além de serem testados e aprovados pela Anvisa, também são validados por metodologias utilizadas por órgãos internacionais, como o FDA (Food and Drug Administration, dos Estados Unidos) e a CCE (Comunidade Comum Europeia). Em resposta ao teste realizado pela Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), a Johnson & Johnson Consumo informa que não teve acesso a informações específicas sobre a metodologia, o que impede uma análise concreta e fidedigna dos resultados.

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A Proteste responde às instituições

Realizamos o teste com produtos encontrados no mercado e disponíveis para o consumidor final, portanto os resultados informados por eles  podem não condizer com o mesmo produto/lote testado por nós, visto que as análises são válidas apenas para o lote em questão e não para todos os produtos do mercado. As análises realizadas estão de acordo com a metodologia descrita pela Anvisa na RDC nº 30 de 1 de Junho de 2012,  e o laboratório é capacitado e com reconhecimento internacional para a realização das mesmas.Essa foi a quarta vez que a Proteste testou protetores solares. Embora agora tenha sido analisada a versão para o rosto, os resultados mostraram que o problema de discrepância entre o indicado nos rótulos e a real proteção oferecida persiste. Diante disso, a organização solicitou uma fiscalização mais adequada dos produtos, pediu as fabricantes dos produtos que não passaram no teste que corrijam a informação nos rótulos e que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) obrigue os fabricantes a fazer um recall desses protetores.O uso diário do protetor solar protege contra o envelhecimento precoce da pele, colabora para a prevenção de manchas e marcas de expressão causadas pela exposição excessiva ao sol, e problemas de problemas mais sérios como o câncer de pele, que corresponde a 30% dos tumores malignos registrados no Brasil.

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